domingo, 22 de fevereiro de 2009

Curiosidades

"Viagens são fatais ao preconceito, à discriminação, à visão estreita, e muitos do nosso povo precisam terrivelmente de viagens, por causa disso. Uma visão ampla, integral e caridosa das pessoas e das coisas não pode ser adquirida vegetando num cantinho do planeta durante a vida inteira" 
Mark Twain


Em nossa viagem nos deparamos com algumas coisas no mínimo curiosas, diferentes daquelas que conhecemos no Brasil. Outras coisas foram incluídos na categoria de curiosidades, por serem fatos um pouco inusitados...

  • Calibradores: Em algumas cidades da Argentina e, principalmente no Chile, os calibradores estão localizados em borracharias, vizinhas ao postos e não dentro dos postos como aqui em nosso país. Mais inusitado ainda são os modelos que eles tem... alguns tem duas mangueiras idênticas, uma é utilizada para calibrar e a outra para medir a pressão dos pneus... Como ambas são iguais, você fica tentando adivinhar qual é a certa...
  • Preço do combustível: Já falei sobre isso em outro post, mas lá vai. Em algumas cidades Argentinas, localizadas em zona de fronteira, o combustível para estrangeiros chega a custar 60% a mais que para o cidadão do país... A dica é abastecer nos postos fora das cidades ou apelar para que o frentista não lembre disso.
  • Ventos: Principalmente na região Patagônica os ventos são companheiros incômodos, mas que te mantém alerta e acordado. Isto ocorre pois eles são tão intensos que exigem do motorista uma contínua e insistente correção do rumo do carro, senão... Então, quando entrarem na região dos ventos, tenham cuidado, acostumem-se com as novas reações do carro, para somente a partir daí voltarem a pisar fundo naquelas retas intermináveis. Nas proximidades de Rio Gallegos, vimos uma cena inacreditável: um pássaro de médio porte estava "parado" no ar, mais parecendo um helicóptero, tudo por conta da velocidade do vento local.
  • Maior variação térmica: Aqui podemos contar dois fatos e vocês podem julgar qual será considerado como a maior variação. No dia 04/01 dormimos em Puerto Pirâmides e a temperatura, por volta das 19h era de 37º. No dia seguinte, na chegada à Puerto San Julian por volta das 17h, a temperatura era de 6º e muito, mas muito vento... A segunda esperiência foi na entrada da região dos Pampas, na ruta 20 (conhecida como a conquista do deserto), uma região desértica e muito quente. Estávamos viajando com uma temperatura de 41º quando vimos alguns raios ao longe... Nem ligamos, mas o tempo foi fechando e uma chuva "daquelas" se preparou. Algum tempo depois, ao nos aproximarmos da chuva, a temperatura começou a cair vertiginosamente e mais ou menos em 30min estava em 20º!!! A partir daí caiu uma chuva absurda, o GPS perdeu o sinal, chuveu granizo e mais ou menos 30min depois, a temperatura voltou aos 41º...
  • Maior trecho dirigido: 1034km, entre Puerto San Julian (na volta) e Esquel.
  • Maior tempo na estrada: 15 horas, entre Puerto San Julian (na ida) e Tolhuin.
  • Acidentes: Registro aqui um fato que nunca esperei ser possível. Rodamos 11.000km em estradas argentinas e chilenas, durante 29 dias e não vimos nenhum acidente, ou socorro causado por acidente. Tal fato é ainda mais impressionante se levarmos em consideração que a fiscalização na região Patagônica Argentina é muito pequena e as retas são intermináveis, o que é um convite à altas velocidades... Talvez isto se deva à boa qualidade/conservação das estradas. Somente para comparação, imaginem quantos acidentes vemos ao rodar 1.000km aqui no Brasil. Quantos sustos temos? Temos realmente o que aprender com eles.
  • Violência: nós tivemos uma visão bem diferente da violência/segurança do que aquela com que estamos acostumados aqui no Brasil. Ligávamos a televisão ou abríamos o jornal e não havia aquele derramamento de sangue com que, infelizmente, estamos nos acostumando em nosso belo país. Durante todo o mês não soubemos de nenhum homicídio. Claro que existiram, mas não na quantidade por nós conhecida. Como vocês sabem, moramos em João Pessoa, considerada uma cidade bastante tranquila. Somente no final de semana que chegamos (equipe II), foram assassinadas quatro pessoas em um dos bairros de nossa cidade... Infelizmente, dá pena de ver que estamos vendo isto como normal.

Enfim, vimos coisas bonitas, feias, melhores e piores que aquelas que vemos em nosso país, mas o principal é: viaje e conheça todas estas coisas pessoalmente, pois somente assim você terá uma opinião realmente formada a respeito. Durante todo o ano passado lemos e estudamos bastante nosso roteiro. Já tinha visto fotos espetaculares do Perito Moreno e de Torres del Paine, mas nada que tivéssemos lido, visto ou escutado chega aos pés da sensação de estar lá. Algumas coisas são tão grandiosas que não podem ser descritas por palavras, tais coisas mostram nosso real tamanho em relação à grandiosidade da natureza e a única reação descritível que causam é um grande e impressionado suspiro...


Alessandro

Custos da Brincadeira e Hotéis - Parte internacional

A felicidade tem muitos rostos. Viajar é, provavelmente, um deles.
Entregue suas flores a quem cuidar delas e comece, ou recomece.
Nenhuma viagem é definitiva.

José Saramago


Pessoal, depois de algum tempo sem escrever, volto para cumprir minha palavra: passar as planilhas de custos, além dos hotéis por onde passamos. Confesso que ainda sinto saudades da maravilhosa viagem que fizemos, o que nos dá força para repetir a dose outras vezes, agora por outras paragens... Bem, peço desculpas pela demora na publicação dos dados, mas o tempo está bastante corrido por aqui. As fotos já estão disponíveis no Picasa, aproveitem.

O orçamento de uma viagem é, para mim, uma etapa primordial, uma vez que posso me preparar para o que virá, financeiramente falando. Assim, antes de todas as viagens, passo por esta etapa, normalmente em conjunto com aqueles que comigo viajam. Em sua elaboração, faz-se necessária muita leitura sobre os pontos/cidades a serem visitados, de forma a conhecer as peculiaridades de cada ponto, além de certo espírito crítico sobre qual o estilo da viagem que se quer fazer, pois pode-se fazer o mesmo roteiro gastando, por exemplo R$10 ou R$200 por refeição, dependendo do "estilo" dos viajantes. A leitura também é fundamental pois evidencia quais atrações serão visitadas e o custo médio das mesmas. Depois disso, é sempre bom fazer um acréscimo de 10 ou 20% nos valores orçados, de forma a deixar uma "folga" para eventuais necessidades.

Para os valores abaixo, utilizamos a seguinte paridade cambial:
  • USD 1,00 = R$ 2,40
  • 1 Peso argentino = R$ 0,70
  • R$ 1,00 = 1,40 Peso argentino
  • USD 1,00 = 3,40 Pesos argentinos
  • USD 1,00 = 600 pesos chilenos
Para unificar as moedas, e como passamos o mês inteiro fora, resolvemos utilizar o peso argentino como referência para os hotéis e passeios, de modo que os totais estarão em reais, mas os valores detalhados estarão em pesos, para dar uma possibilidade de comparação àqueles que precisarem, sem contaminação das variações cambiais.

Alimentação:

Ao fazer o orçamento de alimentação, levamos em conta uma refeição diária (além do café), reforçada por "alguns" lanches, uma vez foram vários dias de deslocamento e nestes dias o almoço atrapalha, seja pelo tempo perdido, seja pelo sono geral depois da barriga cheia, o que dá um problemão para o motorista. Já quando estávamos nas cidades, acabávamos pulando o almoço, pois andávamos quase que o dia inteiro. Na grande maioria dos dias fazíamos um café da manhã, vários lanches e um belo jantar, feito sempre em um bom restaurante. Assim, alocamos R$150 por dia e por casal, para o item alimentação. Tal valor foi suficiente e ainda comportava pequenas despesas como ligações para o Brasil, interner, etc. Ao final, chegamos ao Brasil com uma média diária de R$125,75 por casal e por dia. Meta alcançada.

Hospedagem:

Neste item a leitura que falei acima faz-se super necessária, pois podem existir cidades vizinhas com custos absurdamente diferentes. Como exemplo cito a última noite antes de Ushuaia. Iríamos dormir em Rio Grande, mas ao chegarmos lá, existiam poucas vaga e todas por mais de AR$350 por apartamento duplo... Resolvemos seguir até Tolhuin e dormimos em um hotel, às margens do lago Fagnano, por  AR$150, um achado. Assim, orçamos para hospedagem R$4.294, onde foram gastos R$4.096. Vejam agora os hotéis e seus respectivos custos:


 Buenos Aires - Hotel Suítes Catalinas

AR$280 por diária em apto duplo.  Bom hotel, em área central da cidade, bem pertinho da rua Florida e de algumas estações do metrô. Instalações antigas mas confortáveis e café da manhã modesto.

 Viedma - Hotel Austral

AR$219 por diária em apto duplo. Melhor hotel da cidade, às margens do rio, com bom café da manhã "continental". Acomodações muito boas e wi-fi um pouco lento.

 Puerto Pirâmides - La Nube del Angel

AR$380 por diária em cabana para quatro pessoas. Inicialmente, a visão da cabana é chocante, mas tendo em vista as outras acomodações da cidade, classificamos a cabana como boa...

 Puerto San Julian - Hotel Bahia

AR$250 por diária em apto duplo. Hotel bastante simpático, com wi-fi fraquinho mas computador à disposição dos hóspedes na recepção. Café da manhã bem legal. Pontos fracos: "esperteza" do gerente e espaço para banho muito perigoso.

 Tolhuin - Hotel Kaiken

AR$300 por diária em apto quádruplo. Hotel muito agradável e confortável, localizado às margens do Lago Fagnano. Não tínhamos lido nada a respeito deste hotel, foi realmente uma grata surpresa. O restaurante do hotel é muito legal, mas o café da manhã é muito, muito simples.

 Ushuaia - Cabanas Aldea Nevada

AR$450 por diária em cabana quádrupla. Uma das melhores acomodações da viagem. As cabanas são amplas, com dois quartos e camas de bom tamanho. O atendimento do pessoal do hotel é muito bom. As cabanas estão localizadas em um bosque, na subida para o Glaciar Martial. Ótima vista.

 El Calafate - Hotel Solares del Sur

AR$350 por diária em apto quádruplo. Pequeno hotel dispondo de não mais que 10 cabanas/departamentos. Tem um ótimo restaurante e uma vista absurdamente linda.

 Torres del Paine - Posada Rio Serrano

AR$560 por diária em apto quádruplo, com banheiro privado. Paine é um lugar de extremos: ou você acampa ou vai para hotéis caríssimos. A pousada é bem fraquinha e como a energia elétrica é fornecida por gerador existe racionamento. Resultado: à noite e durante alguns períodos do dia não existe energia ou calefação, o que é um grande problema. As camas são beliches e o restaurante é, vamos dizer, simples. Vá sem nenhuma expectativa para não se frustrar...

 Puerto San Julian (na volta) - Hotel Miramar

AR$180 por diária em apto duplo. Hotel bastante aprazível, localizado na orla da cidade. Acomodações muito confortáveis e internet rápida. Café da manhã simples e donos sérios (não quis dizer chatos).

 Esquel - Cabanas del Sol

AR$300 por diária em cabana quádrupla (cabem até 8 pessoas). Cabanas bem confortáveis e amplas, tendo até computador com acesso à net. Pessoal simpático e cidade bem agradável.

 Bariloche - Cabanas Prema

AR$350 por diária em cabana para até 6 pessoas. Hospedagem muito confortável, com boas camas. Staff muito simpático e disposto a dar informações locais detalhadas. Internet wi-fi com boa velocidade e computador à disposição na recepção. Vale a pena a visita. 

 Villa la Angostura - Cabana Villa del Bosque

AR$350 por diária em cabana para até 8 pessoas. Localizada em um bosque, afastado mais ou menos 3km da estrada. Pela localização, sente-se uma paz tremenda. Os únic0s barulhos vem da natureza. Boa para descançar, mas sem opções de lazer ou internet.

 Puerto Varas - Hotel Terrazas del Lago

AR$204 por diária em apto duplo. Hotel confortável com internet na recepção (wi-fi) e boas camas. Café da manhã bem simples. Ponto fraco: ar-condicionado muito ruim.

 Pucón - Apart Hotel Gualles

AR$300 por diária em  apartamento para até 7 pessoas. Localizada dentro de uma curva, é bem difícil de ver na estrada. Acomodações bem confortáveis, wi-fi de primeira e apartamentos bem ventilados.

Pucón - Cabanas Metrehue 

AR$330 por diária em cabana para até 8 pessoas. Lugar confortável, localizado dentro de um bosque e com piscina de água gelada. Em Pucón estava muito quente, daí tivemos dificuldades de achar um lugar que não "assasse" turistas... Um pouco afastado da cidade, mas vale a pena pelo preço e pelo conforto.

 Neuquem - Hotel Royal

AR$200 por diária em apto duplo. Hotel simples mas com um luxo para o local: ar-condicionado split... Super importante pois lá é incomodamente quente. Wi-fi na recepção e café da manhã bem simples.

 Santa Rosa - Hotel La Delfina

AR$190 por diária em apto duplo. Localizado na saída da cidade, o hotel é muito confortável e tem aquela palavra mágica no deserto: split... Café da manhã bastante "resumido". Hotel sem wi-fi e sem estacionamento, mas bem confortável.

 Buenos Aires - Hotel Ibis

AR$216 por diária em apto duplo. Hotel comercial mas bastante confortável. Camas muito boas e ar-condicionado excelente. Internet wi-fi em todo o hotel, caro, mas rápido. Bem localizado, o hotel fica próximo do Senado e de estações de metrô.


Quanto aos hotéis, tenho duas dicas para os viajantes: 1. Não deixe para procurar hospedagem depois do sol se pôr. Quanto mais tarde menos opções existem e maior a chance de se ficar em hotel ruim e caro... Dê preferência por iniciar o dia um pouco mais cedo para não precisar rodar à noite. 2. Pechinche, peça desconto, faça um proposta mais baixa em todos os hotéis. Na maioria deles dá certo. Afinal, em uma viagem deste tamanho, qualquer economia é bem-vinda.

Passeios

Para os passeios separamos R$900 por pessoa e acabamos por economizar um pouquinho. Gastamos R$739 por pessoa, incluindo teleféricos, parques nacionais, museus e todos os outros passeios que já falamos no blog. Aqui, novamente é primordial conhecer roteiro e os pontos turísticos de interesse.

Despesas com o Carro

Inicialmente, uma dica àqueles que vão de carro. Nas cidades que fazem fronteira com o Chile, o preço dos combustíveis é bem mais alto (alguns casos chega à 60% a mais) para carros estrangeiros. Uma forma de fugir desta diferença é abastecendo nos postos antes das cidades (onde eles existem, claro) que normalmente fazem vista grossa à determinação. Se tiver que abastecer nas cidades, procure não perguntar o preço para não chamar a atenção e torça para o frentista não lembrar de mudar o preço na bomba, pois o procedimento é todo manual.
Quando estiver nas estradas, não deixe o tanque baixar muito da metade, pois, em alguns lugares rodam-se até 200km sem nenhum posto... Há ainda o risco de chegar-se em alguns postos e o combustível (principalmente gasolina) ter acabado...
A quilometragem total foi de 21.647km, com 2.072,52 litros de diesel, uma média de 10,44km/lts. Foram gastos R$3.901 com combustível. Existiram outras despesas com o carro: Revisão dos 10.000km em Caxias do Sul, R$ 900. Troca de óleo em Puerto Montt R$480. Alinhamento e balanceamento em Florianópolis R$130.
A travessia entre Colônia e Buenos Aires, via buquebus custou R$430 na ida e R$415 na volta. Em alguns lugares, com por exemplo Buenos Aires, era cobrada taxa de estacionamento pelo carro.
Já que estamos falando do carro, rendo minhas homenagens à Kia, que fez um carro maravilhoso, nos possibilitando as boas lembranças aqui colocadas. Na Sorrento andamos muito e às vezes muito rápido, levamos algumas "pedradas" no rípio, caímos em alguns poucos buracos e passamos por duas chuvas de granizo... Ela aguentou firme, sem reclamar em nenhum momento e não nos causou problema algum nestes mais de 21.000km. Palmas à Sorrento, por favor...

Bem, desculpem o tamanho do post de hoje, mas acho que aqui tem informações muito úteis para aqueles que queiram fazer o planejamento de uma aventura deste tamanho. Novamente, coloco-me à disposição para esclarecer algum ponto obscuro ou dar informações que não estejam no blog. Fiquem à vontade.

Alessandro
alessandrorv@yahoo.com.br

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dia 07/02 - Chegada da equipe 1

Depois de 21.500km e 48 dias de estrada, a equipe 1 chega em casa pela primeira vez em 2009. A volta ocorreu com tranquilidade e foi pontuada por 3 dias de descanso em Floripa e 1 em Maceió. A saudade era grande e as histórias começaram a ser contadas desde o momento em que eles chegaram e começaram a tirar a bagagem do carro. Realmente, a viagem foi memorável, o que nos dá uma pontada de força para embarcar em novos sonhos para um futuro não muito distante.

Nos foi muito agradável literalmente viver em outro país durante todo este tempo, modelo que esperamos copiar em outras aventuras nossas. Estados Unidos? Europa? America do Sul novamente? Ainda não sabemos, mas os sonhos começaram... Isso não é um bom sinal.

Estamos atualizando os álbuns do picasa e logo logo divulgaremos as planilhas financeiras e os dados dos hotéis.

Alessandro

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Homenagem aos Grande Aventureiros

Antes de saírmos para a nossa viagem, muitas pessoas achavam que éramos loucos, e que faríamos uma aventura impensada... Por alguns momentos, chegamos a concordar com esse punhado de opiniões, mas mudamos completamente depois de nos deparar com pessoas fazendo o mesmo roteiro (alguns fizeram trajetos maiores que o nosso) de moto, bicicleta e até a pé... Eles são realmente os grandes aventureiros daquelas estradas. São pessoas que devem ser respeitadas pela persistência e pela obstinação de levar à frente seus sonhos, muitas vezes em situação adversas.

Eles são dignos de respeito por andarem em regiões, que impõe dificuldades até a carros maiores, em motos e bicicletas, sendo jogados para os lados pelo vento e, por muitas vezes, dormindo em barracas entre nada e coisa nenhuma e às vezes sozinhos...

Vimos uma cena que nos fez respeitar ainda mais o trabalho dos fotógrafos: estávamos em El Calafate, de frente para o Perito Moreno e lá havia uma agulha (bloco de gelo grande, mas fino) que estava prestes a cair. Neste local havia um fotógrafo profissional com suas lentes apontadas para o local da possível queda e o "dedo no gatilho", para não perder nenhum lance do espetáculo... Passamos mais de uma hora no local e o coitado não se mexia, estando focado apenas na geleira. Algumas vezes, obsevamos uma foto dessas, seja na internet, seja em bancas de revistas e pensamos: R$20,00 por uma foto??? Está muito caro... Depois do que vimos, passamos realmente a dar mais valor ao trabalho deles...

Novamente, parabéns à vocês, aventureiros/profissonais notáveis.

Alessandro

Dia 28/01 - Voltando para Casa

Acordamos cedo para nos despedir de papai e mainha, que iniciaram sua volta ao Brasil por volta das 07h, via buquebus até Colônia Sacramento e estrada até João Pessoa. Pouco depois, por volta das 10h, fizemos o último check-out da viagem e tomamos um táxi até o aeroporto Ezeiza. O trajeto transcorreu com grande tranquilidade, enquanto nos despedíamos de Buenos Aires.

Check-in feito, malas despachadas e lá vamos nós para casa, pela primeira vez em 2009... No vôo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro, pegamos mais turbulências do que gostaríamos, mas os outros trechos foram feitos com o devido conforto. Chegamos à João Pessoa por volta das 0h30 (horário local) e pouco tempo depois estávamos em nossa casa...

Agora, realmente a viagem terminou... Resta classificar e imprimir as fotos, além de condensar alguns dados para postá-los aqui, conforme prometido.

Papai ainda está na estrada (só deve chegar no próximo final de semana), mas estamos muito felizes pela maravilhosa aventura que fizemos, aventura de proporções tamanhas que nos demos ao luxo de fazer um "desvio" de mais de 600km, para conhecer uma das maiores belezas naturais do Chile (Torres del Paine). Deparamo-nos com as mais diversas manifestações naturais (chuva de pedra, de gelo, de areia e até mesmo de água...), vivemos momentos memoráveis e, acima de tudo, constatamos novamente nossa pequenez e nosso parco conhecimento das coisas que existem pelo mundo.

Fica nosso agradecimento à Deus e aos espíritos/santos/anjos protetores que nos acompanharam e fizeram possível a perfeita realização de nossa viagem. Deixamos também um agradecimento àqueles que acompanharam a viagem através do blog ou de outros meios, pois isso nos dava motivação para manter as informações sempre o mais atualizadas possível.

Emiliane acaba de perguntar: quando vamos fazer outra viagem???

Deus queira que logo...

Deixo uma dica para todos: VIAJEM MUITO!!!

Alessandro

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dia 27/01 - Buenos Aires

Bem, esta deve ser a última postagem fora do Brasil... Hoje será nossa última noite em Buenos Aires e amanhã, logo cedo, papai sairá do hotel, pegará o BuqueBus, passará por todo o Uruguai e dormirá em Chuí. Já nós da equipe 2, sairemos do hotel um pouco depois, iremos ao aeroporto e, na madrugada seguinte, desembarcaremos em nossa saudosa João Pessoa.

Hoje voltamos à rua Florida e à Galeria Pacífico para fazer umas pequenas compras e para pegar o ingresso de embarque no BuqueBus. Depois seguimos, de metrô, até o Jardim Japonês e lá demos uma boa volta. O jardim é muito bonito e as carpas nadando lentamente num laguinho no centro do parque passam uma paz danada. Vale a pena dar uma passada por lá.

Agora, mais do que nunca o cansaço está chegando. Hoje, completamos 28 intensos dias de passeio (contando apenas a parte internacional), dias em que praticamente nos mudamos para a Argentina (e Chile também) e por aqui vivemos coisas absolutamente mágicas. Tenho certeza de que dificilmente, depois dessa viagem, ficaremos tão maravilhados com tantas coisas ao mesmo tempo. Ainda não sei dizer ao certo o que foi mais bonito, mas uma coisa tenho certeza: valeu a pena...

Tudo o que fizemos, as incertezas quanto a roteiros, aos gastos envolvidos e ao tempo fora, foram absolutamente recompensados com paisagens belíssimas e maravilhosos momentos vividos em família. De todos estes dias, apenas em um deles (a do dia 31 de dezembro) não saímos à noite, seja para passear, seja para jantar. Mas... tudo o que é bom dura pouco, e a viagem está terminando...

Não estamos encerrando as atividades do blog. Agora, compilaremos algumas informações e as publicaremos (custos, hotéis, pontos de interesse...) tão logo seja possível. Se alguém precisar de alguma informação que não esteja publicada, pode ficar à vontade através do meu e-mail: alessandrorv@yahoo.com.br, que terei o maior prazer em ajudar.

Encerro o post de hoje pedindo desculpas pelos erros que certamente aconteceram em nosso blog, sejam eles de português, de data ou de qualquer outra coisa. Certamente, parte deles foi decorrente do escasso tempo para escrever e da vontade de manter as informações sempre o mais atualizadas possível.

Estou postando isto muito feliz pelo que fizemos e sempre lembrando o que papai vem dizendo durante toda a viagem: não são muitas as pessoas que fazem ou fizeram o que nós fizemos. Mas depois de mais de 11000km (fora do país em um mês), não posso esconder a ponta de tristeza por ter acabado... Até a próxima...

Alessandro
Vieiras no fim do mundo mesmo!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Dia 26/01 - Buenos Aires

Parece que todos os quilômetros rodados estão cobrando seu preço... Resultado: dormimos muito e somente saímos do hotel depois das 11h. Seguimos diretamente para tomar café, e em alto estilo: fomos ao Café Tortoni, o mais antigo e tradicional dos cafés daqui. Comemos, tiramos fotos e rumamos à Calle Florida, a rua de comércio (para turistas) mais conhecida da cidade. Foi um progama dedicado às mulheres (mainha e Emiliane). A cidade está bem diferente daquela que vimos no dia 01, quando existiam pouquíssimas pessoas na rua e quase todas as lojas estavam fechadas.

Por aqui tem muitos, mas muitos brasileiros mesmo. Nossa presença é tão forte que, em quase todo os ambientes se pode comunicar-se em português sem problema. Parece que tem escrito na nossa testa BRASILEIROS, pois em algumas lojas, os vendedores vêm até nós e dizem que existem promoções para brasileiros...

Visitamos a galeria Pacífico, mas como nossa viagem é apenas "contemplativa", não cedemos às tentações das compras. Se houver tempo, a rua florida e um bom lugar para ir, tendo em vista a diversidade de pessoas e produtos lá encontrada.

Agora, vamos jantar e quebrar um dos nossos mandamentos na viagem: Não repetirás nenhum restaurante! Mas será por uma boa causa: voltaremos ao La Cabaleriza, uma magnífica churrascaria localizada no Puerto Madero. Já que estou falando em comida, seguem mais duas dicas. Em qualquer lugar que você estiver na Argentina, independentemente da tempertura, pare e tome um sorvete. Durante todo o mês experimentei sorvetes nas mais diferentes cidades e não consigo citar nenhuma que não tenha gostado. Provem e, se mececer um voto de confiança peçam o sabor tramontana, uma mistura de sorvete de creme, com pedaços de chocolates e doce de leite... É absurdamente bom. Se estiver em Buenos Aires, não deixe de ir à sorveteria Freddo, vale a visita. A segunda dica gastronômica é a jujuba deles: é simplesmente a melhor que já tínhamos provado (e olhe que quando o assunto é comida, somos bons de argumento)... Não dá para descrever sua maciez, só provando.

Alessandro

Dia 25/01 - Chegada à Buenos Aires

Saímos de Santa Rosa e nos preparamos para percorrer o último trecho de estrada da nossa aventura... A viagem transcorreu tranquila e os pouco mais de 600km foram feitos de forma rápida. Ao chegarmos à Buenos Aires, fomos direto ao aeroporto, para confirmar o horário do vôo da equipe 2 para o Brasil. Tudo ok e fomos ao hotel Ibis, onde estamos hospedados.

Comparo o que senti na chegada aqui com um suco adoçado com adoçante: doce, mas com um gosto amargo ao fundo. Explico: nossa primeira passagem por aqui foi cheia de expectativas quanto ao nosso roteiro, mas havia aquele maravilhoso gostinho de início de férias. Agora, sabemos que as férias estão Justificarindo embora e que esta, que foi "A" viagem, também terá um ponto final... Bem, vou entrar em outro assunto, pois este está muito deprê! Depois escrevo sobre isso...

Feito o check-in no hotel, fizemos uma boquinha e reservamos lugares no Sr. Tango. o show de tango começa por volta da 22h30 e dura 1h30min. Vale a pena... É realmente um SHOW! A produção é super bem feita e a música divina. Li algumas críticas, dizendo que o tango que eles apresentam foge do tradicional e é tango para turista ver. Bem, polêmicas à parte, existem algumas partes do espetáculo que, acredito, fogem às tradições do tango, mas isso em nada atrapalha o que se vê por lá.

Como o show termina tarde foi o último programa do dia. Agora, só cama, pois amanhã tem mais.

Alessandro

Dia 24/01 - Santa Rosa

Dormimos mais do que o normal e somente saímos de Neuquem depois das 1oh. Tivemos que dar uma grande volta para sair da cidade, uma vez que o caminho mais lógico estava barrado por uma manifestação. Sem problemas, pois rodaríamos pouco mais de 600km. Seguimos pela ruta 151 até entrarmos na ruta 20, estrada que cruza um deserto. No início da ruta, existe uma placa: próximo posto de combustível a 137km. A estrada é tão reta que chegamos a andar mais de 20 minutos sem nenhuma curva... Por aqui, a velocidade aumentou um pouquinho, e o GPS marcou 173km/h de máxima (descontando o erro, o velocímetro marcada quase 190km/h!!!)... Recorde de velocidade estabelecido. Como não ventava, quase não havia trânsito e a estrada está em boas condições, andamos muito bem durante o trecho do deserto, ajudando a ganhar um pouco do tempo perdido na saída.

Espero que vocês acreditem no que vamos contar agora, pois o fato foi bastante insólito. O tempo estava bem quente, repetindo a temperatura máxima de ontem (41 graus), quando aconteceu uma coisa totalmente absurda: começamos a ver nuvens de chuva bem longe de onde estávamos. Como a estrada é muito reta, tínhamos as nuvens sempre em nossa frente e, de repente, vimos um raio. Não acreditamos que no que tínhamos visto, mas o evento repetiu-se mais 4 vezes, dentro dos cinco minutos seguintes... Achávamos que já tinha sido absurdo demais, mas ainda existiam surpresas pela frente. Algum tempo depois, ao nos aproximármos do local onde estavam as nuvens, o vento começou a soprar mais forte e a temperatura caiu vertiginosamente. Digo vertiginosamente mesmo, pois em menos de 10min o termômetro foi de 41 para 20 graus, momento em que começou uma chuva muito, mas muito grossa. Até aí o espanto foi grande, mas faltava o gran finale: a chuva começou a fazer um barulho cada vez maior e, depois de um grande "baque" na janela, percebemos que estava chuvendo granizo!!! A chuva durou mais ou menos 30 segundos, mas assuntou bastante. Depois disso, o tempo abriu e, meia hora depois, a temperatura voltara para os "agradáveis" 41 graus.

Chegamos cedo à Santa Rosa e nos hospedamos em um hotel pequeno mas super confortável, chamado La Delfina. Os apartamentos são muito legais, equipados com ar-condicionado split e o preço foi abaixo do esperado. O tempo continua louco: já choveu um pouco, já vimos muitos raios e escutamos vários trovões... Vamos ver o que a noite nos trará. Amanhã chegaremos à Buenos Aires.

Alessandro

Dia 23/01 - Pucon à Neuquen

Hoje saímos pela última vez (pelo menos nesta viagem) do Chile. Entre Pucon e Junin de Los andes, existem 60km do pior rípio possível. Em alguns trechos tivemos que baixar a volocidade para 20km/h, mas passamos sem problemas. Embora seja muito ruim, a estrada tem visuais lindos e corta um dos muitos parques nacionais da região.

Chegamos à Neuquen por volta das 19h e fazia um calor absurdo! Hoje foi quebrado o recorde de temperatura da viagem: 41 graus!!! Pior que a temperatura é o vento (bafo) quente que sopra por aqui. É uma coisa impressionante, que chega a incomodar. Depois de algumas paradas, ficamos no Hotel Royal, localizado na Av. Argentina. O hotel é um pouco antigo, mas dispõe de ar-condicionado split, item fundamental nesse calor infernal daqui. A cidade é bastante grande, possui o maior Shopping da região patagônica e um cassino igualmente grande.

Não sei se já comentei sobre a confiança que as pessoas por aqui tem umas nas outras... Quando vamos sair das cabanas, os proprietários/administradores apenas pedem que deixemos as chaves na porta; ao pagarmos as contas, eles dificilmente conferem o dinheiro e às vezes o deixam na mesa até que terminem de limpá-la. É muito interessante para nós.

Para finalizar o post de hoje, vou dar uma dica para aqueles que vão comprar GPS para a viagem: comprem algum que funcione com os mapas GARMIN, pois são mapas muito bons, gratuitos e bem fáceis de conseguir.

Alessandro

Dia 22/01 - Pucon

Dormimos muito bem, e recuperamos nossas energias. Infelizmente, tivemos que deixar a cabana e escolher outra... Algum tempo e várias subidas e descidas depois, encontramos algumas, dentro de um bosque e resolvemos ficar. Digo cabana mas poderia facilmente dizer casa. Ela acomoda com bom conforto 8 pessoas. O local é bastante agradável e sem nenhum barulho que não seja produzido pela natureza.

Em seguida, fomos ao vulcão Villa Rica e subimos até a estação de esqui que, por motivos óbivios estava fechada. A subida é feita de carro, por uma estrada de rípio em estado deplorável, em mais ou menos 30min, mas a visão lá de cima recompensa até uma subida à pé. Há um passeio chamado ascenco do vulcão, que leva até o topo do mesmo em mais ou menos 7 horas de caminhada... Não precisa dizer que não fomos né?

Aqui conhecemos um tipo de artesanato até então inédito para nós: são flores feitas de madeira que, de tão bem feitas parecem reais. Custamos a acreditar que não eram naturais. A vontade de levar algumas para o Brasil foi muito grande, mas a nossa situação de bagagem não permitiu...

Uma coisa nos chama atenção tanto na Argentina quanto aqui no Chile: o ritmo de trabalho deles é bem mais lento que o nosso. É como se eles não tivessem a nossa pressa para fazer as coisas. Agora que estamos nos acostumando, começamos a acreditar que são eles que estão certos...

Mandamos algumas fotos para o nosso album do Picasa, não tantas quanto gostaríamos mas aquelas que conseguimos.

Alessandro

Dia 21/01 - Puertto Varas à Pucon

Saímos logo cedo, em direção à Puerto Montt, cidade bem maior que Puerto Varas e que tem uma concessionária da Kia, afinal de contas, também temos que cuidar do carro que tão bem tem nos levado em nossas loucuras. Pela manhã, a névoa estava bastante densa, o que nos obrigou a redobrar os cuidados na condução. Chegando à concessionária, uma coisa nos chamou bastante a atenção: em um espaço de dois quarteirões, haviam seis concessionárias de marcas diferentes (Kia, Mazda, Samsung Motors, Suzuki, Toyota e Nissan), e o mais impressionante é que todas são do mesmo grupo (E. Berrios e Cia LTDA), ou seja, do mesmo dono. Para completar, todas são atendidas pela mesmo oficina, o que permite vermos vários carros novos, de marcas distintas, fazendo a revisão juntos. Nossa permanência na oficina foi rápida (somente trocamos óleo, e filtros de óleo e combustível) e logo retornamos à estrada, com destino à Villa Rica ou Pucon, ainda não sabíamos. Como eram pouco menos de 350km (pouquíssimo em relação ao que temos andado), achamos que chegaríamos logo, mas existe uma diferença grande entre a fiscalização das estradas na Argentina e no Chile... Por aqui existem radares, vários carros da polícia Camineira (a PRF deles) e muita, mas muita fiscalização, de modo que tivemos que manter a velocidade permitida (variando entre 70 e 120km/h).

Por volta das 20h chegamos à Villa Rica e começamos a buscar hotéis ou cabanas... A busca foi bastante árdua e somente terminou nas proximidades de Pucon. Explico: encontramos cabanas aos montes, com preços muito bons e várias delas muito confortáveis, ou seja, atendiam plenamente uma família de nordestinos viajantes como a nossa, mas não mencionei ainda o calor... Quando chegamos à região de Villa Rica, o termômetro marcava 31 graus, o que elevada a temperatura das cabanas absurdamente, tornando impossível ficar dentro delas. Isso deve-se à forma e ao material como são construídas, uma vez que elas são feitas para o frio. Finalmente, achamos uma (mas somente por uma noite) que nos atendeu muito bem. Amanhã teremos que começar a busca novamente...

Alessandro

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dia 20/01 - Villa la Angustura à Puerto Varas

Estamos em Puerto Varas, pequena cidade localizada às margens do Lago Llanquiaue. Saímos cedo de Villa La Angostura e pegamos uma estrada bastante, mas bastante sinuosa, que cruza a Cordilheira dos Andes. Durante o percurso, fizemos os procedimentos de saída da Argentina bem rápido. Já no Chile, após passarmos pela Polícia Internacional e pela Aduana, tivemos que tirar boa parte da bagagem do carro para ser inspecionada... Foi um saco. Como se não bastasse, quando terminei de arrumar a bagagem novamente, o policial da alfândega olhou para papai e disse, referindo-se à mim: bom estivador né? Ainda perguntou se eu estudava... É mole? Respeitei a patente e fiquei apenas pensando em uma resposta à altura.

Antes de chegarmos à Puerto Varas, passamos por Frutillar, uma cidade de colonização alemã, situada às margens do mesmo lago já citado. Além da beleza e organização das ruas, impressiona a quantidade de pessoas que estão na praia... Isto mesmo, nas margens do lagos formam-se praias, de areias muito escuras e águas igualmente frias, onde as pessoas se esbaldam aproveitando o "verão" local.

Estamos hospedados no Hotel Terrazos del Lago, quase no final da avenida "beira-lago". As instalações do local são bastante agradáveis e o preço não foi dos piores. Estávamos quase considerando ir para Puerto Montt ainda hoje, pois quase não conseguíamos lugar para dormir e os poucos que haviam estavam bem caros. A cidade está aproveitando-se do grande fluxo turístico da época, que está lotando quase tudo...

Uma dica para os que vierem ao Chile: se houver condição de chegar à uma cidade no horário bancário, não façam câmbio na fronteira, pois a cotação chega a ser 10% menor... Em relação à moeda deles, a coisa é complicada. Na cotação oficial, um dólar vale 618 pesos chilenos... O bicho pega mesmo quando vai-se comprar alguma coisa, por exemplo: 1 coca-cola = 900 pesos chilenos. Pense numa salada para comprar com tantos zeros.

Não podia deixar de falar do vulcão Osorno. Sua presença é consante em nossa visão desde ontem, pois ele destaca-se das outras montanhas pela sua altura. A visualização à partir do lago é incrível e demonstra-nos novamente a tremenda força da natureza. Embora na cidade os termômetros marque 30 graus, pouco menos de 30% do vulcão está coberto de gelo... É uma visão de extremos.

Algumas pessoas tem pedido informações mais detalhadas, principalmente em relação aos custos da brincadeira. Estamos catalogando tudo, mas não conseguimos postar tanta coisa junta. Quando apenas lia os blogs de outros viajantes, ficava pensando: não dá tempo de postar??? Acreditem que é bem complicado, pois em todas as cidades que chegamos, temos que buscar hotel, tirar bagagem, fazer refeições ou ia à supermercado, e ainda passear. Fiquem tranquilos que, tão logo seja possível, publicaremos as nossas planilhas (um pouco mais organizadas, claro) para ajudar nossos amigos da estrada.

Alessandro

Dia 19/01 - Bariloche à Villa la Angostura

Infelizmente, uma má notícia: chegou o dia de deixar Bariloche... Hoje, saímos em direção à ruta dos 7 lagos, um tour por sete lagos localizados nos entornos de Bariloche. Saímos cedo, conseguimos uma cabana (na verdade uma casa, já que comporta 8 pessoas + um bebê) em Villa La Angostura e continuamos o passeio até San Martin de Los Andes. Andamos na pior estrada de toda a viagem, até agora. Foram 120km de rípio de péssima qualidade, com máquinas e obras na pista. Em vários trechos andávamos abaixo dos 40km/h... A natureza foi bastante generosa por aqui também, nos brindando com locais que mais parecem pinturas. No meio do nada existe uma hosteria chamada Hosteria 7 Lagos, que serve umas tais tortas fritas. São pãezinhos feitos apenas com farinha e fritos em um enorme tacho, num forno à lenha... A "cozinha" fica num rancho, sem portas e com apenas 3 paredes... Nos sentimos em uma matéria do Globo Rural, mas as tortas são bem gostosas.

Ainda falando sobre a hospedagem, ficamos alojados no meio de um bosque, em cabanas de propriedade de um arquiteto local. O lugar é absurdamente calmo e silencioso. Por todos os lados, só víamos verde, árvores altíssimas, animais silvestres e flores das mais diferentes tonalidades. Enfim, praticamente acampamos na floresta, mas com muito conforto.

À noite, voltamos à Villa La Angostura, e demos um breve passeio pela cidade, que é muito organizada e bastante aconchegante. Jantamos e daí, cama. 

Ia esquecendo: tomamos outra "surra" do termômetro... Saímos de Bariloche com 12 graus, chegamos à San Martim com 31, e agora, enquanto escrevo, temos 18 graus... É barra.

Alessandro

Dia 18/01 - Bariloche

Usamos o dia para subir dois cerros, o Catedral e o Campanário. Inicialmente, saímos do hotel e fizemos o trajeto até o Catedral, maior e mais famoso dos cerros de Bariloche. Ao chegarmos lá, vimos que praticamente não havia gelo nas montanhas... Ainda titubeamos um pouco mas, já que estávamos lá, não poderíamos deixar de subir. Tendo em vista a baixa estação (estamos falando de uma estação de esqui), somente uma das linhas de teleférico estava aberta, por isso não conseguimos chegar à parte mais alta da montanha, o que requeria uma caminhada de mais 30 minutos... Tendo a experiência do glaciar Martial, onde tentei subir e fiquei "morto" o resto do dia, optamos por não ir ao topo e aproveitamos o chocolate quente da confeitaria. Mesmo sem gelo a visão é incrível. A altitude faz os lagos lá embaixo ficarem menores e nos possibilita ver um pouco mais das deslumbrantes paisagens da região.

Depois, seguimos para o Cerro Campanário. Estava louco para subí-lo, uma vez que a vista lá de cima foi considerada, pela National Geographic, uma das 7 mais belas do mundo. Ao chegarmos lá em cima, ficamos extasiados... É realmente muito bonito. Diferentemente dos outros cerros, no Campanário se podem ver lagos por todos os lados. Além disso, o sol e o vento dão uma textura toda especial às águas dos lagos, mudando-as a cada novo ohar, é incrível...

À noite, tivemos a honra de jantar um belíssimo founde no restaurante Le Marmite... Não tenho palavras para descrever, vale cada centavo.

Não poderíamos deixar Bariloche sem fazer um elogio aos Boungalows em que nos hospedamos. As habitações são de bom gosto, bem divididas e muito confortável, além de ficarem próximas ao lago e poucos quilômetros distante do centro da cidade. Melhor que a hospedagem, foi o atendimento prestado pelos proprietários (Marisol e Ricardo), que nos deram boas e importantes informações sobre Bariloche. Ao tempo em que os agradecemos publicamente, recomendamos a hospedagem lá.

Alessandro

domingo, 18 de janeiro de 2009

Dia 17/01 - Caminhos de Bariloche

O dia de hoje foi reservado para fazermos o Circuito Chico, que é um interessante passeio entre lagos, montanhas e vales, localizados nos entornos de Bariloche. O tempo ajudou um tantão, pois o céu estava sem nenhuma nuvem, o que possibilitou fotos e vistas ainda mais bonitas que as de ontem. No circuito, dedicamos um tempo à colônia Suíça, uma pequena vila encrustada em uma das montanhas próximas à Bariloche. Lá, fizemos um rápido almoço e apreciamos partes de shows de artistas de rua. Recomendamos a visita quando passarem por aqui.
Tiramos fotos no magnífico Hotel Llao Llao (onde Xuxa fez um dos aniversários de Sacha)... Nos empolgamos tanto que dissemos: quanto será a diária? Não tínhamos esperança de ficarmos, mas como quem não chora não mama, entramos, nos dirigimos à recepção e perguntamos: Há apartamento disponível? Quanto custa? Foi hilária a cara de espanto da recepcionista, que retrucou: Vocês querem se hopedar??? Acho que nossas caras nos denunciaram... Bem, depois do choque de realidade (a menor tarifa era de US$321,00 + 21% de impostos), agradecemos e continuamos o passeio. Em seguida, visitamos o bosque municipal Llao Llao. Ainda fico impressionado de quão bem se cuidam das belezas naturais por aqui. Não vimos lixo, ou outro sinal de presença humana, além da pequena trilha (sendero) utilizada pelas pessoas para ir até um mirante para fotos e camping.

Devagar e bem feito... É o que tem norteado nossos passeios por aqui. Estamos aproveitando tudo o que a região nos oferece.

Alessandro

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dia 16/01 - Chegamos à Bariloche!!!

Pois é, chegamos à Bariloche... Praticamente, desde a saída de Esquel, começamos a notar a mudança da vegetação e do relevo. Ao nos aproximar mais da cidade, os tons de verde foram aumentando e as montanhas apareceram com mais força. Pouco antes da chegada à cidade, começamos a perceber as lindas fábricas de doces artesanais, localizadas nas margens da estrada.

O trecho final da estrada é feito em uma serra muito bonita, que combina os tons de verde que citei, as montanhas e os belos lagos, formados a partir do degelo. Ainda não andamos muito por aqui, mas a cidade já se mostra muito charmosa e aconchegante.

Ao chegarmos, nos instalamos na Cabañas Prema e fomos diretamente ao Cerro Otto. Fizemos a subida de teleférico, visitamos a Confeitaria Giratória, tiramos muitas fotos e aproveitamos as maravilhosas vistas. A visão lá de cima é inacreditável, e a mistura de montanhas, pinheiros, lagos e civilização é bastante harmoniosa. Devido à altitude, tivemos bastante frio, mas o clima, que beira os 16º está bastante gostoso.

Agora, estamos indo conhecer o centro da cidade e, como não poderia faltar, fazer uma boquinha nos tão famosos restaurantes da cidade.

Abraços para todos,
Alessandro

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dia 15/01 - Puerto San Julian á Esquel

Quebramos nosso recorde de quilometragem em um único dia. Rodamos 1034km, em 10h34min. Saímos de Puerto San Julian por volta das 09h e a viagem seguiu tranquila até Esquel, a cidade em que nos encontramos agora. A partir do momento em que deixamos a ruta 3, o relevo começou a mudar e nas proximidades de Esquel, já vemos mais montanhas, acompanhadas de paisagens mais verdes. Os ventos continuam constantes, e ainda pregam peças em nós. Hoje, merece registro outra novidade para nós: passamos por uma verdadeira tempestade de areia. Pouco depois de passarmos por Caleta Olívia, saindo da Ruta 3, entramos na ruta 26, e começamos a dirigir entre algumas montanhas. A estrada está passando por reformas, o que deixa o acostamento mas sujo do que o habitual. Ao passarmos por um local com muito, mas muito vento mesmo, fomos surpreendidos por uma verdadeira nuvem de areia, espessa o suficiente para nos obrigar a reduzir a velocidade para menos de 70km/h, tentando ver alguma coisa além da areia. Depois do susto tudo ok.

Estamos hospedados em uma cabana enorme, quase uma casa, e bastante confortável, chamada Cabañas del Sol. Amanhã iremos à Bariloche, desfrutar, além das belezas naturais, dos atributos gastronômicos da cidade.
Alessandro

15/01/09 - Puerto San Julian - Argentina

Depois de alguns dias sem que realize postagens, retorno para colocar minhas impressões do que considero a fase mais importante da aventura.
A partir de Buenos Aires, os dias se tornaram mais corridos, pois além dos deslocamentos temos também o lado turístico a cumprir.
Na divisão de tarefas que fizemos, Alessandro, dentre outras, ficou com a alimentação do blog. E não tem sido fácil, pois o tempo e a qualidade das conexões internet têm "pegado".
Mas, nesse momento, enquanto escuto as notícias da Paraíba pela Tabajara, deixo aqui o meu recado.
Até o presente podemos considerar inteiramente vitoriosa a aventura.
O destino principal, Ushuaia, foi visto e visitado, além de El Calafate e Torres del Paine.
O que nos deixa ainda mais satisfeitos é que, além do aspecto de beleza natural, que não tenho palavras para descrever, o planejamento tem funcionado na totalidade. E todos estão resistindo bem, sem problemas de saúde.
E isso nos permite ficar ainda mais a vontade para aproveitar tudo que os locais proporcionam.
A partir de amanhã entramos num período mais ameno, mais turístico. Os deslocamentos ficam menores e mais espaçados, a partir da chegada em San Carlo de Bariloche.
Mas, com toda certeza, o que vimos nos últimos dias não vai se apagar das nossas memórias.
Um grande abraço em todos.
Ronaldão.

Dia 14/01 - Torres del Paine à Puerto San Julian

Antes de inicia o relato de hoje, peço desculpas por não estarmos postando a quantidade de fotos merecidas, mas não estamos tendo condições de tempo/internet para fazê-lo.


Ontem falei que nosso hotel era um tanto "rústico"... Aqui vai uma breve explicação: ao chegarmos, vimos que o hotel era pequeno, no estilo pousada. Entramos, fizemos o check-in e fomos levados ao nosso quarto, quádruplo, contendo dois beliches. Tentamos comer algo, mas o restaurante estava fechado e somente abriria às 19h, para o jantar. Aproveitamos o tempo e demos mais um giro no belo parque nacional. Ao voltarmos, descobrimos que o hotel estava sem energia, e que a mesma somente seria ligada às 19h... Jantamos, e fomos ao "apartamento", mas nem todos tomaram banho, tendo em vista a falta de água quente, assim como de calefação (a temperatura era de mais ou menos 10 graus). Fui ao lobby, tentar acessar a internet, mas sem sucesso. Ao voltar ao quarto, deitei-me e, tchan tchan tchan tchan, a energia foi desligada novamente. A noite foi um pouco atribulada e Emiliane deu trabalho para dormir. Já pela manhã, tomamos café e viemos à Puerto San Julian.


Ainda com todas as atribulações do hotel, valeu muito a pena. O parque é de uma beleza inacreditável e as experiências que tivemos lá, dificilmente serão esquecidas ou superadas.


O dia de hoje foi bastante tranquilo, as aduanas foram feitas rapidamente e, aqui estamos em Puerto San Julian, em um hotel bem legal, chamado Hotel Miramar.


Uma curiosidade sobre o dia de hoje: presenciamos uma chuva de granizo... Foi um misto de sensações, uma vez que ficamos admirados com mais uma novidade, mas bastante apreensivos com o que poderia acontecer ao carro, que estava estacionado na rua. Tudo ok, fica somente o susto e a admiração.


Alessandro

Dia 13/01 - Torres del Paine

Ao darmos adeus à El Calafate, indo em direção à Torres del Paine, papai lembrou de uma frase que leu na net sobre a Patagônia: "Terra de Superlativos...". Acho que é a melhor definição para a região onde nos encontramos. Aqui, tudo é demais: bonito demais, frio demais, longe demais, deserto demais. Tivemos oportunidade de rodar, quase 200km sem encontrar nenhum posto de combustível ou, nem mesmo casas residenciais. Enfrentamos, em 24h variações térmicas de 31 graus (à tarde, em Puerto Pirâmides, o termômetro marcava 37 graus. Na nossa chegada à Puerto San Julian, na noite seguinte, o mesmo termômetro mostrava 6 graus!!!). Passamos por cidades que cabiam em uma foto 10x15... Enfim, tudo aqui é demais.

Chegamos à Torres del Paine por volta das 14h, pegamos o mapa do parque e logo começamos a conhecê-lo. As estradas são todas de rípio, com muitos buracos e, em alguns trechos, super estreitas. Aqui é um lugar de aventureiros, o parque recebe visitantes de todo o mundo, o que pode ser provado pela grande quantidade de linguas diferentes que escutamos no hotel onde estamos.Justificar

Aqui a natureza caprichou novamente, colocando, em um só lugar regiões com neve/gelo, vegatação rasteira e áreas desérticas. Dentro do parque existe uma cadeia de montanhas de várias cores diferentes, que mudam conforme a incidência dos raios do sol. Infelizmente, o dia estava um pouco encoberto e não presenciamos tudo o que gostaríamos. Duas coisas continuam me chamando atenção: como anoitece tarde por aqui. São 22h20 e ainda existe claridade do sol. A segunda coisa é a força do vento, que, em algumas oportunidades exige que nos esforcemos para manter a posição vertical.

Nosso hotel é um pouco "rústico", mas será o lugar do nosso merecido descanso. Amanhã, rumaremos para Puerto San Julian novamente.

Alessandro

Dia 12/01 - El Calafate

O dia de hoje foi reservado para a tão falada navegação no Lago Argentino, onde estão localizados vários glaciares. O passeio é chamado Navegação por Todos os Glaciares, e visita os glaciares mais importantes da região, utilizando grandes catamarãs com capacidade para mais de duzentas pessoas. São 8 horas passando por paisagens indescritíveis, presenciando o "nascimento" de icebergs, navegando entre grandes blocos de gelo e, em algumas vezes, tirando-os do nosso caminho. Saímos de Puerto Bandera às 09h, visitamos o primeiro glaciar e rumamos à Baía Onelli, onde desembarcaríamos. Infelizmente, não foi possível o desembarque, uma vez que a baía estava bloqueada por uma grande quantidade de gelo... assim, como forma de compensar a falta de um dos glaciares, fomos ao Perito Moreno. Mesmo sendo o segundo dia no mesmo lugar, valeu muito a pena, pois sua beleza é estonteante. Lá, vemos a pequenez do homem em relação às forças da natureza, presenciamos cenas tão maravilhosas que, por mais que escreva, não será possível demonstrar as coisas que ficaram em nossa cabeça... então, digo novamente: é absurdamente lindo.

Tenho certeza que, depois dessa viagem, duas coisas serão dificilmente superadas: a sensação de deslumbramento diante de coisas tão belas, em tão curto espaço de tempo, e, o frio que passamos... Na navegação, o vento é bastante forte, o que deixa a coisa ainda mais complicada. Parece que o frio vem de dentro para fora, diminuindo a sensibilidade dos dedos e dando uns calafrios esquisitos. Mesmo com toda a roupa, é bastante difícil passar mais de 10 minutos na parte externa do barco.

À noite, jantamos maravilhosamente bem, em uma pizzaria chamada La Lechuza. Recomendamos bastante àqueles que visitarem a cidade.

Aqui, estamos tendo uma experiência até então desconhecida para nós: nas outras viagens, sempre que saíamos das cidades, imaginávamos que aquilo que não deu tempo fazer, poderia ser feito em uma próxima oportunidade. Aqui, estamos passando por cidades pelas quais, possivelmente, não voltaremos mais. É um sentimento bastante diferente e até nostálgico para nós...

Alessandro

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dia 11/01 - El Calafate

Impressionante... É a única palavra que encontro para definir o que vimos hoje. El Calafate é conhecida como a capital Argentina dos GlacJustificariares, e o maior glaciar daqui é o Perito Moreno, um dos maiores do planeta e único até pouco tempo, que estava em crescimento, mesmo em épocas de aquecimento global.

Nosso programa de hoje foi aproveitar a magnífica visão do glaciar, sendo testemunhas de um dos maiores expetáculos da natureza local. A chegada ao parque já impressiona, seja pela beleza dos bosques, ou pelo preço da entrada... Após 32km de curvas bastante fechadas, deparamo-nos com a parede de gelo. É uma visão indescritível. Por mais que tenhamos lido a respeito, e visto as fotos pela internet, não se pode ter idéia da imensidão de gelo sem ter estado lá. São paredes de gelo de mais de 70 metros de altura, que se estendem por quase 5km dentro do lago. De vez em quando, escuta-se um barulho de alguma coisa rachando, logo seguido de outro grande estrondo. Foi mais um pedaço de gelo que partiu-se e caiu na água. É realmente de tirar o fôlego.





À noite, jantamos em uma bela tratoria, e ao sairmos, Emiliane adotou um cachorro... Explico: saímos do restaurante, fomos à uma sorveteria e, na saída da sorveteria, havia um cachorro na porta. Vimos o animal, achamos seus olhos bonitos, e fomos surpreendidos com o totó nos seguindo, por três quadras, até o nosso carro, acompanhando Emiliane... Demos boas risadas com o ocorrido e voltamos para nossa confortável cabana no hotel Solares del Sur. Amanhã, faremos a navegação pelo lago Roca, e conheceremos mais glaciares.

Alessandro

domingo, 11 de janeiro de 2009

Dias 09 e 10/01 - Ushuaia e Ida à El Calafate

Novamente vou fazer o relato de dois dias juntos, pois não estamos conseguindo acesso à internet como gostaríamos. Na sexta-feira, visitamos o museu náutico, o antigo presídio e fizemos o passeio pelo canal Beagle, um canal que localiza-se em frente à cidade de Ushuaia. Não esperávamos muita coisa da visita ao presídio, mas nossa expectativas foram bastante superadas. A visitação é bastante legal, com muitas informações históricas sobre a época em que o presídio estava ativo. Para lá eram enviados os presos mais perigosos da Argentina, que viviam e condições bem "difíceis". Ele somente foi fechado em 1947, e posteriormente tranformou-se em museu. A navegação do canal foi maravilhosa... Visitamos três ilhas e entramos com contato com algumas espécies de animais, quais sejam: lobos marinhos, cormorones e várias aves. Conhecemos ainda, o farol do canal. Daí, partimos para o último jantar no fim do mundo... O que é bom dura pouco né?

Quando decidimos vir à Argentina, várias pessoas diziam que os preços eram bem inferiores aos praticados no Brasil, e que nos sentiríamos "ricos"... Não estamos observando isso por aqui. Estamos, sim, achando os preços bastante altos, especialmente os passeios turísticos e as bebidas. Por exemplo: uma coca-cola não custa mesnos que $6, algo em torno de R$4,20.

Hoje saímos de Ushuaia por volta das 7hrs, com destino à Rio Gallegos, e com possível extensão à El Calafate. Tínhamos duas coisas que poderiam atrasar a viagem: a primeira eram as quatro aduanas, e a segunda a travessia do Estreito de Magalhães. No estreito, correu tudo bem e rápido. Ficamos até surpresos com nossa sorte, uma vez que a balsa já estava atracada quando chegamos. Já quando o assunto foi a passagem das aduanas, a figura muda completamente. Perdemos em média 1 hora em cada uma delas. É impressionante a falta de organização e a dificuldade que nós, mesmo membros do mercosul enfrentamos para sair de um país e entrar no outro...

Quanto à estrada, fomos novamente castigados pelos ventos. Mesmo estando acostumados, ainda tomamos alguns sustos. Chegamos à El Calafate às 23hrs, bastante cansados, mas muito contentes por termos conseguido "ganhar" mais um dia aqui, uma vez que só esperávamos chegar aqui amanhã.

Uma coisa nos impressiona aqui: a confiança que as pessoas tem nas outras, explico: em mais de uma cidade, onde alugamos cabana, saímos antes da abertura da recepção. Assim, éramos orientados a "deixar a chave na cabana", ou "botar por baixo da porta da recepção"; já no ferry-boat do estreito de Magalhães, o procedimento é o seguinte: fila para embarque, embarque do carro, pagamento da travessia e desembarque. Em nenhum momento é pedido ou apresentado o comprovante de pagamento... Ficamos tristes ao imaginar que tal situação não pode ser repetida em nosso país.

Agora, a cama nos espera. Amanhã mandamos mais notícias.
Pedimos desculpar por não estarmos postando as fotos, mas a qualidade das conexões que estamos conseguindo não está permitindo.

Alessandro

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fotos diversas



Aí vão algumas fotos da viagem:

Pinguins na Península Valdés


Nossa "cabana" em Puerto Pirâmides


Passeio no Canal de Beagle

Depois do Assalto...


Novamente...



Mainha, fazendo um estilo mais "radical"


A foto que não poderia faltar:



É gelo de verdade mesmo!!!



A cabana de Ushuaia:



Chegando em Ushuaia, o km 3000 da Ruta 3:


Emiliane muito fashion...



Esperamos poder postar mais fotos brevemente.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Dia 08/01 - Ushuaia

No dia de hoje, começamos a conhecer as belezas que fazem de Ushuaia um ponto de confluência de turistas de todo o mundo. Começamos pelo Glarciar Martial, uma montanha que tem pontos de gelo eterno. Mesmo no verão, existem vários lugares onde pode-se brincar com o gelo. A visita inicia-se por uma subida de 15min em um teleférico, que nos leva à primeira estação de trilhas. A partir daí, as pernas são os meios de transporte e a subida é dividida em duas partes: na primeira, o terreno, embora acidentado, pode ser considerado quase plano; na segunda parte, o nível de dificuldade aumenta absurdamente. O terreno fica bastante íngrime e, segundo os funcionários do parque, em alguns trechos, a inclinação chega a ser de 40 graus. Fizemos todo o primeiro trecho e somente eu tentei fazer a segunda parte. De forma bastante ofegante, consegui ir até a metade da segunda parte, mas não houve tempo para continuar a subida, uma vez que tínhamos que ir ao Parque Nacional da Terra do Fogo ainda hoje... A visão do glaciar é tão linda quanto diferente para nós. São trechos de bosques densos, cercados por blocos de gelo e neve. Lá de cima, a visão da cidade de Ushuaia é muito legal, e a temperatura, embora estivesse próxima dos 3 graus, é suportável até o momento em que começa o vento. Com a presença do vento, as mão ficam geladas mesmo com a preciosa ajuda das luvas. Aqui, fazemos uma homenagem à mainha, que aguentou a subida sem reclamar, mesmo não estando bem preparada fisicamente.

Depois que saímos do glaciar, rumamos para o Parque Nacional da Terra do Fogo, onde fomos até a placa que confirma que viemos até o fim do mundo. Aquela placa, tão conhecida por nós através de sites de outros viajantes, foi conquistada. O parque nacional é recheado de belezas naturais e vale a pena ser visto. Passamos pelo menos duas horas dentro do parque tirando inúmeras fotos e nos deliciando com a natureza local.



Daí, fomos comer o tão falado cordeiro patagônico, no restaurante Arco Íris. Realmente, ele merece a fama que tem. A carne é macia e bastante gostosa. Como o dia foi muito duro, voltamos para o hotel mais cedo, e nos contentamos com "apenas" 13hrs de atividades por hoje. Amanhã, faremos a navegação pelo Canal Beagle. O frio nos espera novamente.

Alessandro

Dias 06/01 e 07/01

Saímos de Puerto San Julian logo no início da manhã, com destino à Rio Grande. Sabíamos que o dia seria bastante longo, pois teríamos pela frente 750km muito divertidos. Explico: no trajeto, teríamos que cruzar quatro aduanas (saindo da Argentina, entrando no Chile, saindo do Chile e voltando para a Argentina), além da travessia do estreito de Magalhães (de ferry boat, obviamente). 

Durante todo o dia, os ventos foram constantes e fortes. Chega a ser impressionante o quanto uma rajada de vento atrapalha na condução do carro. Tivemos que baixar a velocidade na maior parte do dia, e ainda tivemos alguns sustos, onde ventos mais "insistentes" insistiam em fazer-nos conhecer o acostamento das estradas. A viagem seguia bem e, por volta das 12h, chegamos à Rio Gallegos, uma cidade bastante desenvolvida em comparação com o que se vê na região. Daí, logo chegamos à aduana de saída da Argentina. Ao descermos do carro, o vento estava absurdo, ao ponto de tornar-se difícil de andar. Feitos todos os trâmites, fomos à entrada do Chile, também superada sem problemas. Fica registrada a cara de preocupação e de desconforto de mainha na passagem pelas aduanas. Parecia que ela estava com alguma coisa proibida na mala... Rumamos para o estreiro de Magalhães e conseguimos atravessar na primeira balsa disponível. A travessia é muito rápida, mal dá tempo de pagar as tarifas e tirar algumas fotos. Depois do estreito, entramos no tão esperado trecho de rípio, composto por pedras maiores que aquelas encontradas em Puerto Pirâmides. Além das pedras, a estrada tinha alguns buracos, era movimentada e, em algumas partes, bastante estreita. Em resumo: duas horas de alguma tensão.

Após o rípio, fizemos as aduanas novamente e voltamos à Argentina. Daí rumamos à Rio Grande, onde planejávamos dormir. Não tínhamos reservas, e achávamos que encontraríamos hotel com certa facilidade, mas ocorreu exatamente o oposto. Só encontramos vaga em um hotel, por preços absurdos... Já eram quase 21h e estávamos sem lugar para dormir. Após algumas ligações, conseguimos um hotel em Ushuaia, e, na falta de outra opção, voltamos à estrada. Durante o percurso até Ushuaia, encontramos no mapa uma cidadezinha, localizada 100km antes de nosso destino e resolvemos tentar um hotel por lá... Tivemos uma grata surpresa ao chegarmos à Hosteria Kaiken, localizada às margens do Lago Fagnano, um dos pontos turísticos da região. Não só encontramos vaga, mas em um hotel maravilhoso, otimamente localizado, e como se não bastasse, mais barato que o de Ushuaia. Jantamos maravilhosamente bem, e vimos que nossa preocupação pela falta de hotel em Rio Grande, transformou-se em grande conforto na hosteria que ficamos. Rodamos durante 15hrs durante o dia, mas tivemos nosso merecido descanso.

Na manhã do dia 07, começamos o último trecho antes do Fim do Mundo. Eram apenas 100km, repletos de expectativas, e de raras belezas naturais. Paramos inúmeras vezes para fotos e para apreciar o ambiente e, quase duas horas após a saída, vimos a placa: Bem Vindo à Ushuaia. A sensação foi de vitória, de sonho realizado. Finalmente, tanto tempo de leitura e planejamento foi coroado com a tão esperada chegada. Entramos na cidade, e fomos ao hotel Aldeia Nevada, onde tínhamos reservado uma cabana. Feito o check-in, fomos à famosa Av. San Martin, onde almoçamos, fizemos câmbio, batemos muita perna e, como ninguém é de ferro, jantamos. A cidade é bastante charmosa, com pessoas de todo o mundo chegando nos mais diversos meios de transporte e falando várias línguas diferentes. Além do frio (quando chegamos, o termômetro marcava 6 graus), o vento é impetuoso e ajuda a adormercer as pontas dos dedos de nordestinos que não usam a roupa adequada.

Amanhã, iremos começar a fazer os passeios que a cidade oferece. Com certeza, vamos nos deliciar ainda mais. Fica nosso agradecimento à Deus, por permitir que conheçamos coisas tão absurdamente lindas.

Alessandro