sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Homenagem aos Grande Aventureiros

Antes de saírmos para a nossa viagem, muitas pessoas achavam que éramos loucos, e que faríamos uma aventura impensada... Por alguns momentos, chegamos a concordar com esse punhado de opiniões, mas mudamos completamente depois de nos deparar com pessoas fazendo o mesmo roteiro (alguns fizeram trajetos maiores que o nosso) de moto, bicicleta e até a pé... Eles são realmente os grandes aventureiros daquelas estradas. São pessoas que devem ser respeitadas pela persistência e pela obstinação de levar à frente seus sonhos, muitas vezes em situação adversas.

Eles são dignos de respeito por andarem em regiões, que impõe dificuldades até a carros maiores, em motos e bicicletas, sendo jogados para os lados pelo vento e, por muitas vezes, dormindo em barracas entre nada e coisa nenhuma e às vezes sozinhos...

Vimos uma cena que nos fez respeitar ainda mais o trabalho dos fotógrafos: estávamos em El Calafate, de frente para o Perito Moreno e lá havia uma agulha (bloco de gelo grande, mas fino) que estava prestes a cair. Neste local havia um fotógrafo profissional com suas lentes apontadas para o local da possível queda e o "dedo no gatilho", para não perder nenhum lance do espetáculo... Passamos mais de uma hora no local e o coitado não se mexia, estando focado apenas na geleira. Algumas vezes, obsevamos uma foto dessas, seja na internet, seja em bancas de revistas e pensamos: R$20,00 por uma foto??? Está muito caro... Depois do que vimos, passamos realmente a dar mais valor ao trabalho deles...

Novamente, parabéns à vocês, aventureiros/profissonais notáveis.

Alessandro

Dia 28/01 - Voltando para Casa

Acordamos cedo para nos despedir de papai e mainha, que iniciaram sua volta ao Brasil por volta das 07h, via buquebus até Colônia Sacramento e estrada até João Pessoa. Pouco depois, por volta das 10h, fizemos o último check-out da viagem e tomamos um táxi até o aeroporto Ezeiza. O trajeto transcorreu com grande tranquilidade, enquanto nos despedíamos de Buenos Aires.

Check-in feito, malas despachadas e lá vamos nós para casa, pela primeira vez em 2009... No vôo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro, pegamos mais turbulências do que gostaríamos, mas os outros trechos foram feitos com o devido conforto. Chegamos à João Pessoa por volta das 0h30 (horário local) e pouco tempo depois estávamos em nossa casa...

Agora, realmente a viagem terminou... Resta classificar e imprimir as fotos, além de condensar alguns dados para postá-los aqui, conforme prometido.

Papai ainda está na estrada (só deve chegar no próximo final de semana), mas estamos muito felizes pela maravilhosa aventura que fizemos, aventura de proporções tamanhas que nos demos ao luxo de fazer um "desvio" de mais de 600km, para conhecer uma das maiores belezas naturais do Chile (Torres del Paine). Deparamo-nos com as mais diversas manifestações naturais (chuva de pedra, de gelo, de areia e até mesmo de água...), vivemos momentos memoráveis e, acima de tudo, constatamos novamente nossa pequenez e nosso parco conhecimento das coisas que existem pelo mundo.

Fica nosso agradecimento à Deus e aos espíritos/santos/anjos protetores que nos acompanharam e fizeram possível a perfeita realização de nossa viagem. Deixamos também um agradecimento àqueles que acompanharam a viagem através do blog ou de outros meios, pois isso nos dava motivação para manter as informações sempre o mais atualizadas possível.

Emiliane acaba de perguntar: quando vamos fazer outra viagem???

Deus queira que logo...

Deixo uma dica para todos: VIAJEM MUITO!!!

Alessandro

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dia 27/01 - Buenos Aires

Bem, esta deve ser a última postagem fora do Brasil... Hoje será nossa última noite em Buenos Aires e amanhã, logo cedo, papai sairá do hotel, pegará o BuqueBus, passará por todo o Uruguai e dormirá em Chuí. Já nós da equipe 2, sairemos do hotel um pouco depois, iremos ao aeroporto e, na madrugada seguinte, desembarcaremos em nossa saudosa João Pessoa.

Hoje voltamos à rua Florida e à Galeria Pacífico para fazer umas pequenas compras e para pegar o ingresso de embarque no BuqueBus. Depois seguimos, de metrô, até o Jardim Japonês e lá demos uma boa volta. O jardim é muito bonito e as carpas nadando lentamente num laguinho no centro do parque passam uma paz danada. Vale a pena dar uma passada por lá.

Agora, mais do que nunca o cansaço está chegando. Hoje, completamos 28 intensos dias de passeio (contando apenas a parte internacional), dias em que praticamente nos mudamos para a Argentina (e Chile também) e por aqui vivemos coisas absolutamente mágicas. Tenho certeza de que dificilmente, depois dessa viagem, ficaremos tão maravilhados com tantas coisas ao mesmo tempo. Ainda não sei dizer ao certo o que foi mais bonito, mas uma coisa tenho certeza: valeu a pena...

Tudo o que fizemos, as incertezas quanto a roteiros, aos gastos envolvidos e ao tempo fora, foram absolutamente recompensados com paisagens belíssimas e maravilhosos momentos vividos em família. De todos estes dias, apenas em um deles (a do dia 31 de dezembro) não saímos à noite, seja para passear, seja para jantar. Mas... tudo o que é bom dura pouco, e a viagem está terminando...

Não estamos encerrando as atividades do blog. Agora, compilaremos algumas informações e as publicaremos (custos, hotéis, pontos de interesse...) tão logo seja possível. Se alguém precisar de alguma informação que não esteja publicada, pode ficar à vontade através do meu e-mail: alessandrorv@yahoo.com.br, que terei o maior prazer em ajudar.

Encerro o post de hoje pedindo desculpas pelos erros que certamente aconteceram em nosso blog, sejam eles de português, de data ou de qualquer outra coisa. Certamente, parte deles foi decorrente do escasso tempo para escrever e da vontade de manter as informações sempre o mais atualizadas possível.

Estou postando isto muito feliz pelo que fizemos e sempre lembrando o que papai vem dizendo durante toda a viagem: não são muitas as pessoas que fazem ou fizeram o que nós fizemos. Mas depois de mais de 11000km (fora do país em um mês), não posso esconder a ponta de tristeza por ter acabado... Até a próxima...

Alessandro
Vieiras no fim do mundo mesmo!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Dia 26/01 - Buenos Aires

Parece que todos os quilômetros rodados estão cobrando seu preço... Resultado: dormimos muito e somente saímos do hotel depois das 11h. Seguimos diretamente para tomar café, e em alto estilo: fomos ao Café Tortoni, o mais antigo e tradicional dos cafés daqui. Comemos, tiramos fotos e rumamos à Calle Florida, a rua de comércio (para turistas) mais conhecida da cidade. Foi um progama dedicado às mulheres (mainha e Emiliane). A cidade está bem diferente daquela que vimos no dia 01, quando existiam pouquíssimas pessoas na rua e quase todas as lojas estavam fechadas.

Por aqui tem muitos, mas muitos brasileiros mesmo. Nossa presença é tão forte que, em quase todo os ambientes se pode comunicar-se em português sem problema. Parece que tem escrito na nossa testa BRASILEIROS, pois em algumas lojas, os vendedores vêm até nós e dizem que existem promoções para brasileiros...

Visitamos a galeria Pacífico, mas como nossa viagem é apenas "contemplativa", não cedemos às tentações das compras. Se houver tempo, a rua florida e um bom lugar para ir, tendo em vista a diversidade de pessoas e produtos lá encontrada.

Agora, vamos jantar e quebrar um dos nossos mandamentos na viagem: Não repetirás nenhum restaurante! Mas será por uma boa causa: voltaremos ao La Cabaleriza, uma magnífica churrascaria localizada no Puerto Madero. Já que estou falando em comida, seguem mais duas dicas. Em qualquer lugar que você estiver na Argentina, independentemente da tempertura, pare e tome um sorvete. Durante todo o mês experimentei sorvetes nas mais diferentes cidades e não consigo citar nenhuma que não tenha gostado. Provem e, se mececer um voto de confiança peçam o sabor tramontana, uma mistura de sorvete de creme, com pedaços de chocolates e doce de leite... É absurdamente bom. Se estiver em Buenos Aires, não deixe de ir à sorveteria Freddo, vale a visita. A segunda dica gastronômica é a jujuba deles: é simplesmente a melhor que já tínhamos provado (e olhe que quando o assunto é comida, somos bons de argumento)... Não dá para descrever sua maciez, só provando.

Alessandro

Dia 25/01 - Chegada à Buenos Aires

Saímos de Santa Rosa e nos preparamos para percorrer o último trecho de estrada da nossa aventura... A viagem transcorreu tranquila e os pouco mais de 600km foram feitos de forma rápida. Ao chegarmos à Buenos Aires, fomos direto ao aeroporto, para confirmar o horário do vôo da equipe 2 para o Brasil. Tudo ok e fomos ao hotel Ibis, onde estamos hospedados.

Comparo o que senti na chegada aqui com um suco adoçado com adoçante: doce, mas com um gosto amargo ao fundo. Explico: nossa primeira passagem por aqui foi cheia de expectativas quanto ao nosso roteiro, mas havia aquele maravilhoso gostinho de início de férias. Agora, sabemos que as férias estão Justificarindo embora e que esta, que foi "A" viagem, também terá um ponto final... Bem, vou entrar em outro assunto, pois este está muito deprê! Depois escrevo sobre isso...

Feito o check-in no hotel, fizemos uma boquinha e reservamos lugares no Sr. Tango. o show de tango começa por volta da 22h30 e dura 1h30min. Vale a pena... É realmente um SHOW! A produção é super bem feita e a música divina. Li algumas críticas, dizendo que o tango que eles apresentam foge do tradicional e é tango para turista ver. Bem, polêmicas à parte, existem algumas partes do espetáculo que, acredito, fogem às tradições do tango, mas isso em nada atrapalha o que se vê por lá.

Como o show termina tarde foi o último programa do dia. Agora, só cama, pois amanhã tem mais.

Alessandro

Dia 24/01 - Santa Rosa

Dormimos mais do que o normal e somente saímos de Neuquem depois das 1oh. Tivemos que dar uma grande volta para sair da cidade, uma vez que o caminho mais lógico estava barrado por uma manifestação. Sem problemas, pois rodaríamos pouco mais de 600km. Seguimos pela ruta 151 até entrarmos na ruta 20, estrada que cruza um deserto. No início da ruta, existe uma placa: próximo posto de combustível a 137km. A estrada é tão reta que chegamos a andar mais de 20 minutos sem nenhuma curva... Por aqui, a velocidade aumentou um pouquinho, e o GPS marcou 173km/h de máxima (descontando o erro, o velocímetro marcada quase 190km/h!!!)... Recorde de velocidade estabelecido. Como não ventava, quase não havia trânsito e a estrada está em boas condições, andamos muito bem durante o trecho do deserto, ajudando a ganhar um pouco do tempo perdido na saída.

Espero que vocês acreditem no que vamos contar agora, pois o fato foi bastante insólito. O tempo estava bem quente, repetindo a temperatura máxima de ontem (41 graus), quando aconteceu uma coisa totalmente absurda: começamos a ver nuvens de chuva bem longe de onde estávamos. Como a estrada é muito reta, tínhamos as nuvens sempre em nossa frente e, de repente, vimos um raio. Não acreditamos que no que tínhamos visto, mas o evento repetiu-se mais 4 vezes, dentro dos cinco minutos seguintes... Achávamos que já tinha sido absurdo demais, mas ainda existiam surpresas pela frente. Algum tempo depois, ao nos aproximármos do local onde estavam as nuvens, o vento começou a soprar mais forte e a temperatura caiu vertiginosamente. Digo vertiginosamente mesmo, pois em menos de 10min o termômetro foi de 41 para 20 graus, momento em que começou uma chuva muito, mas muito grossa. Até aí o espanto foi grande, mas faltava o gran finale: a chuva começou a fazer um barulho cada vez maior e, depois de um grande "baque" na janela, percebemos que estava chuvendo granizo!!! A chuva durou mais ou menos 30 segundos, mas assuntou bastante. Depois disso, o tempo abriu e, meia hora depois, a temperatura voltara para os "agradáveis" 41 graus.

Chegamos cedo à Santa Rosa e nos hospedamos em um hotel pequeno mas super confortável, chamado La Delfina. Os apartamentos são muito legais, equipados com ar-condicionado split e o preço foi abaixo do esperado. O tempo continua louco: já choveu um pouco, já vimos muitos raios e escutamos vários trovões... Vamos ver o que a noite nos trará. Amanhã chegaremos à Buenos Aires.

Alessandro

Dia 23/01 - Pucon à Neuquen

Hoje saímos pela última vez (pelo menos nesta viagem) do Chile. Entre Pucon e Junin de Los andes, existem 60km do pior rípio possível. Em alguns trechos tivemos que baixar a volocidade para 20km/h, mas passamos sem problemas. Embora seja muito ruim, a estrada tem visuais lindos e corta um dos muitos parques nacionais da região.

Chegamos à Neuquen por volta das 19h e fazia um calor absurdo! Hoje foi quebrado o recorde de temperatura da viagem: 41 graus!!! Pior que a temperatura é o vento (bafo) quente que sopra por aqui. É uma coisa impressionante, que chega a incomodar. Depois de algumas paradas, ficamos no Hotel Royal, localizado na Av. Argentina. O hotel é um pouco antigo, mas dispõe de ar-condicionado split, item fundamental nesse calor infernal daqui. A cidade é bastante grande, possui o maior Shopping da região patagônica e um cassino igualmente grande.

Não sei se já comentei sobre a confiança que as pessoas por aqui tem umas nas outras... Quando vamos sair das cabanas, os proprietários/administradores apenas pedem que deixemos as chaves na porta; ao pagarmos as contas, eles dificilmente conferem o dinheiro e às vezes o deixam na mesa até que terminem de limpá-la. É muito interessante para nós.

Para finalizar o post de hoje, vou dar uma dica para aqueles que vão comprar GPS para a viagem: comprem algum que funcione com os mapas GARMIN, pois são mapas muito bons, gratuitos e bem fáceis de conseguir.

Alessandro

Dia 22/01 - Pucon

Dormimos muito bem, e recuperamos nossas energias. Infelizmente, tivemos que deixar a cabana e escolher outra... Algum tempo e várias subidas e descidas depois, encontramos algumas, dentro de um bosque e resolvemos ficar. Digo cabana mas poderia facilmente dizer casa. Ela acomoda com bom conforto 8 pessoas. O local é bastante agradável e sem nenhum barulho que não seja produzido pela natureza.

Em seguida, fomos ao vulcão Villa Rica e subimos até a estação de esqui que, por motivos óbivios estava fechada. A subida é feita de carro, por uma estrada de rípio em estado deplorável, em mais ou menos 30min, mas a visão lá de cima recompensa até uma subida à pé. Há um passeio chamado ascenco do vulcão, que leva até o topo do mesmo em mais ou menos 7 horas de caminhada... Não precisa dizer que não fomos né?

Aqui conhecemos um tipo de artesanato até então inédito para nós: são flores feitas de madeira que, de tão bem feitas parecem reais. Custamos a acreditar que não eram naturais. A vontade de levar algumas para o Brasil foi muito grande, mas a nossa situação de bagagem não permitiu...

Uma coisa nos chama atenção tanto na Argentina quanto aqui no Chile: o ritmo de trabalho deles é bem mais lento que o nosso. É como se eles não tivessem a nossa pressa para fazer as coisas. Agora que estamos nos acostumando, começamos a acreditar que são eles que estão certos...

Mandamos algumas fotos para o nosso album do Picasa, não tantas quanto gostaríamos mas aquelas que conseguimos.

Alessandro

Dia 21/01 - Puertto Varas à Pucon

Saímos logo cedo, em direção à Puerto Montt, cidade bem maior que Puerto Varas e que tem uma concessionária da Kia, afinal de contas, também temos que cuidar do carro que tão bem tem nos levado em nossas loucuras. Pela manhã, a névoa estava bastante densa, o que nos obrigou a redobrar os cuidados na condução. Chegando à concessionária, uma coisa nos chamou bastante a atenção: em um espaço de dois quarteirões, haviam seis concessionárias de marcas diferentes (Kia, Mazda, Samsung Motors, Suzuki, Toyota e Nissan), e o mais impressionante é que todas são do mesmo grupo (E. Berrios e Cia LTDA), ou seja, do mesmo dono. Para completar, todas são atendidas pela mesmo oficina, o que permite vermos vários carros novos, de marcas distintas, fazendo a revisão juntos. Nossa permanência na oficina foi rápida (somente trocamos óleo, e filtros de óleo e combustível) e logo retornamos à estrada, com destino à Villa Rica ou Pucon, ainda não sabíamos. Como eram pouco menos de 350km (pouquíssimo em relação ao que temos andado), achamos que chegaríamos logo, mas existe uma diferença grande entre a fiscalização das estradas na Argentina e no Chile... Por aqui existem radares, vários carros da polícia Camineira (a PRF deles) e muita, mas muita fiscalização, de modo que tivemos que manter a velocidade permitida (variando entre 70 e 120km/h).

Por volta das 20h chegamos à Villa Rica e começamos a buscar hotéis ou cabanas... A busca foi bastante árdua e somente terminou nas proximidades de Pucon. Explico: encontramos cabanas aos montes, com preços muito bons e várias delas muito confortáveis, ou seja, atendiam plenamente uma família de nordestinos viajantes como a nossa, mas não mencionei ainda o calor... Quando chegamos à região de Villa Rica, o termômetro marcava 31 graus, o que elevada a temperatura das cabanas absurdamente, tornando impossível ficar dentro delas. Isso deve-se à forma e ao material como são construídas, uma vez que elas são feitas para o frio. Finalmente, achamos uma (mas somente por uma noite) que nos atendeu muito bem. Amanhã teremos que começar a busca novamente...

Alessandro

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dia 20/01 - Villa la Angustura à Puerto Varas

Estamos em Puerto Varas, pequena cidade localizada às margens do Lago Llanquiaue. Saímos cedo de Villa La Angostura e pegamos uma estrada bastante, mas bastante sinuosa, que cruza a Cordilheira dos Andes. Durante o percurso, fizemos os procedimentos de saída da Argentina bem rápido. Já no Chile, após passarmos pela Polícia Internacional e pela Aduana, tivemos que tirar boa parte da bagagem do carro para ser inspecionada... Foi um saco. Como se não bastasse, quando terminei de arrumar a bagagem novamente, o policial da alfândega olhou para papai e disse, referindo-se à mim: bom estivador né? Ainda perguntou se eu estudava... É mole? Respeitei a patente e fiquei apenas pensando em uma resposta à altura.

Antes de chegarmos à Puerto Varas, passamos por Frutillar, uma cidade de colonização alemã, situada às margens do mesmo lago já citado. Além da beleza e organização das ruas, impressiona a quantidade de pessoas que estão na praia... Isto mesmo, nas margens do lagos formam-se praias, de areias muito escuras e águas igualmente frias, onde as pessoas se esbaldam aproveitando o "verão" local.

Estamos hospedados no Hotel Terrazos del Lago, quase no final da avenida "beira-lago". As instalações do local são bastante agradáveis e o preço não foi dos piores. Estávamos quase considerando ir para Puerto Montt ainda hoje, pois quase não conseguíamos lugar para dormir e os poucos que haviam estavam bem caros. A cidade está aproveitando-se do grande fluxo turístico da época, que está lotando quase tudo...

Uma dica para os que vierem ao Chile: se houver condição de chegar à uma cidade no horário bancário, não façam câmbio na fronteira, pois a cotação chega a ser 10% menor... Em relação à moeda deles, a coisa é complicada. Na cotação oficial, um dólar vale 618 pesos chilenos... O bicho pega mesmo quando vai-se comprar alguma coisa, por exemplo: 1 coca-cola = 900 pesos chilenos. Pense numa salada para comprar com tantos zeros.

Não podia deixar de falar do vulcão Osorno. Sua presença é consante em nossa visão desde ontem, pois ele destaca-se das outras montanhas pela sua altura. A visualização à partir do lago é incrível e demonstra-nos novamente a tremenda força da natureza. Embora na cidade os termômetros marque 30 graus, pouco menos de 30% do vulcão está coberto de gelo... É uma visão de extremos.

Algumas pessoas tem pedido informações mais detalhadas, principalmente em relação aos custos da brincadeira. Estamos catalogando tudo, mas não conseguimos postar tanta coisa junta. Quando apenas lia os blogs de outros viajantes, ficava pensando: não dá tempo de postar??? Acreditem que é bem complicado, pois em todas as cidades que chegamos, temos que buscar hotel, tirar bagagem, fazer refeições ou ia à supermercado, e ainda passear. Fiquem tranquilos que, tão logo seja possível, publicaremos as nossas planilhas (um pouco mais organizadas, claro) para ajudar nossos amigos da estrada.

Alessandro

Dia 19/01 - Bariloche à Villa la Angostura

Infelizmente, uma má notícia: chegou o dia de deixar Bariloche... Hoje, saímos em direção à ruta dos 7 lagos, um tour por sete lagos localizados nos entornos de Bariloche. Saímos cedo, conseguimos uma cabana (na verdade uma casa, já que comporta 8 pessoas + um bebê) em Villa La Angostura e continuamos o passeio até San Martin de Los Andes. Andamos na pior estrada de toda a viagem, até agora. Foram 120km de rípio de péssima qualidade, com máquinas e obras na pista. Em vários trechos andávamos abaixo dos 40km/h... A natureza foi bastante generosa por aqui também, nos brindando com locais que mais parecem pinturas. No meio do nada existe uma hosteria chamada Hosteria 7 Lagos, que serve umas tais tortas fritas. São pãezinhos feitos apenas com farinha e fritos em um enorme tacho, num forno à lenha... A "cozinha" fica num rancho, sem portas e com apenas 3 paredes... Nos sentimos em uma matéria do Globo Rural, mas as tortas são bem gostosas.

Ainda falando sobre a hospedagem, ficamos alojados no meio de um bosque, em cabanas de propriedade de um arquiteto local. O lugar é absurdamente calmo e silencioso. Por todos os lados, só víamos verde, árvores altíssimas, animais silvestres e flores das mais diferentes tonalidades. Enfim, praticamente acampamos na floresta, mas com muito conforto.

À noite, voltamos à Villa La Angostura, e demos um breve passeio pela cidade, que é muito organizada e bastante aconchegante. Jantamos e daí, cama. 

Ia esquecendo: tomamos outra "surra" do termômetro... Saímos de Bariloche com 12 graus, chegamos à San Martim com 31, e agora, enquanto escrevo, temos 18 graus... É barra.

Alessandro

Dia 18/01 - Bariloche

Usamos o dia para subir dois cerros, o Catedral e o Campanário. Inicialmente, saímos do hotel e fizemos o trajeto até o Catedral, maior e mais famoso dos cerros de Bariloche. Ao chegarmos lá, vimos que praticamente não havia gelo nas montanhas... Ainda titubeamos um pouco mas, já que estávamos lá, não poderíamos deixar de subir. Tendo em vista a baixa estação (estamos falando de uma estação de esqui), somente uma das linhas de teleférico estava aberta, por isso não conseguimos chegar à parte mais alta da montanha, o que requeria uma caminhada de mais 30 minutos... Tendo a experiência do glaciar Martial, onde tentei subir e fiquei "morto" o resto do dia, optamos por não ir ao topo e aproveitamos o chocolate quente da confeitaria. Mesmo sem gelo a visão é incrível. A altitude faz os lagos lá embaixo ficarem menores e nos possibilita ver um pouco mais das deslumbrantes paisagens da região.

Depois, seguimos para o Cerro Campanário. Estava louco para subí-lo, uma vez que a vista lá de cima foi considerada, pela National Geographic, uma das 7 mais belas do mundo. Ao chegarmos lá em cima, ficamos extasiados... É realmente muito bonito. Diferentemente dos outros cerros, no Campanário se podem ver lagos por todos os lados. Além disso, o sol e o vento dão uma textura toda especial às águas dos lagos, mudando-as a cada novo ohar, é incrível...

À noite, tivemos a honra de jantar um belíssimo founde no restaurante Le Marmite... Não tenho palavras para descrever, vale cada centavo.

Não poderíamos deixar Bariloche sem fazer um elogio aos Boungalows em que nos hospedamos. As habitações são de bom gosto, bem divididas e muito confortável, além de ficarem próximas ao lago e poucos quilômetros distante do centro da cidade. Melhor que a hospedagem, foi o atendimento prestado pelos proprietários (Marisol e Ricardo), que nos deram boas e importantes informações sobre Bariloche. Ao tempo em que os agradecemos publicamente, recomendamos a hospedagem lá.

Alessandro

domingo, 18 de janeiro de 2009

Dia 17/01 - Caminhos de Bariloche

O dia de hoje foi reservado para fazermos o Circuito Chico, que é um interessante passeio entre lagos, montanhas e vales, localizados nos entornos de Bariloche. O tempo ajudou um tantão, pois o céu estava sem nenhuma nuvem, o que possibilitou fotos e vistas ainda mais bonitas que as de ontem. No circuito, dedicamos um tempo à colônia Suíça, uma pequena vila encrustada em uma das montanhas próximas à Bariloche. Lá, fizemos um rápido almoço e apreciamos partes de shows de artistas de rua. Recomendamos a visita quando passarem por aqui.
Tiramos fotos no magnífico Hotel Llao Llao (onde Xuxa fez um dos aniversários de Sacha)... Nos empolgamos tanto que dissemos: quanto será a diária? Não tínhamos esperança de ficarmos, mas como quem não chora não mama, entramos, nos dirigimos à recepção e perguntamos: Há apartamento disponível? Quanto custa? Foi hilária a cara de espanto da recepcionista, que retrucou: Vocês querem se hopedar??? Acho que nossas caras nos denunciaram... Bem, depois do choque de realidade (a menor tarifa era de US$321,00 + 21% de impostos), agradecemos e continuamos o passeio. Em seguida, visitamos o bosque municipal Llao Llao. Ainda fico impressionado de quão bem se cuidam das belezas naturais por aqui. Não vimos lixo, ou outro sinal de presença humana, além da pequena trilha (sendero) utilizada pelas pessoas para ir até um mirante para fotos e camping.

Devagar e bem feito... É o que tem norteado nossos passeios por aqui. Estamos aproveitando tudo o que a região nos oferece.

Alessandro

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dia 16/01 - Chegamos à Bariloche!!!

Pois é, chegamos à Bariloche... Praticamente, desde a saída de Esquel, começamos a notar a mudança da vegetação e do relevo. Ao nos aproximar mais da cidade, os tons de verde foram aumentando e as montanhas apareceram com mais força. Pouco antes da chegada à cidade, começamos a perceber as lindas fábricas de doces artesanais, localizadas nas margens da estrada.

O trecho final da estrada é feito em uma serra muito bonita, que combina os tons de verde que citei, as montanhas e os belos lagos, formados a partir do degelo. Ainda não andamos muito por aqui, mas a cidade já se mostra muito charmosa e aconchegante.

Ao chegarmos, nos instalamos na Cabañas Prema e fomos diretamente ao Cerro Otto. Fizemos a subida de teleférico, visitamos a Confeitaria Giratória, tiramos muitas fotos e aproveitamos as maravilhosas vistas. A visão lá de cima é inacreditável, e a mistura de montanhas, pinheiros, lagos e civilização é bastante harmoniosa. Devido à altitude, tivemos bastante frio, mas o clima, que beira os 16º está bastante gostoso.

Agora, estamos indo conhecer o centro da cidade e, como não poderia faltar, fazer uma boquinha nos tão famosos restaurantes da cidade.

Abraços para todos,
Alessandro

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dia 15/01 - Puerto San Julian á Esquel

Quebramos nosso recorde de quilometragem em um único dia. Rodamos 1034km, em 10h34min. Saímos de Puerto San Julian por volta das 09h e a viagem seguiu tranquila até Esquel, a cidade em que nos encontramos agora. A partir do momento em que deixamos a ruta 3, o relevo começou a mudar e nas proximidades de Esquel, já vemos mais montanhas, acompanhadas de paisagens mais verdes. Os ventos continuam constantes, e ainda pregam peças em nós. Hoje, merece registro outra novidade para nós: passamos por uma verdadeira tempestade de areia. Pouco depois de passarmos por Caleta Olívia, saindo da Ruta 3, entramos na ruta 26, e começamos a dirigir entre algumas montanhas. A estrada está passando por reformas, o que deixa o acostamento mas sujo do que o habitual. Ao passarmos por um local com muito, mas muito vento mesmo, fomos surpreendidos por uma verdadeira nuvem de areia, espessa o suficiente para nos obrigar a reduzir a velocidade para menos de 70km/h, tentando ver alguma coisa além da areia. Depois do susto tudo ok.

Estamos hospedados em uma cabana enorme, quase uma casa, e bastante confortável, chamada Cabañas del Sol. Amanhã iremos à Bariloche, desfrutar, além das belezas naturais, dos atributos gastronômicos da cidade.
Alessandro

15/01/09 - Puerto San Julian - Argentina

Depois de alguns dias sem que realize postagens, retorno para colocar minhas impressões do que considero a fase mais importante da aventura.
A partir de Buenos Aires, os dias se tornaram mais corridos, pois além dos deslocamentos temos também o lado turístico a cumprir.
Na divisão de tarefas que fizemos, Alessandro, dentre outras, ficou com a alimentação do blog. E não tem sido fácil, pois o tempo e a qualidade das conexões internet têm "pegado".
Mas, nesse momento, enquanto escuto as notícias da Paraíba pela Tabajara, deixo aqui o meu recado.
Até o presente podemos considerar inteiramente vitoriosa a aventura.
O destino principal, Ushuaia, foi visto e visitado, além de El Calafate e Torres del Paine.
O que nos deixa ainda mais satisfeitos é que, além do aspecto de beleza natural, que não tenho palavras para descrever, o planejamento tem funcionado na totalidade. E todos estão resistindo bem, sem problemas de saúde.
E isso nos permite ficar ainda mais a vontade para aproveitar tudo que os locais proporcionam.
A partir de amanhã entramos num período mais ameno, mais turístico. Os deslocamentos ficam menores e mais espaçados, a partir da chegada em San Carlo de Bariloche.
Mas, com toda certeza, o que vimos nos últimos dias não vai se apagar das nossas memórias.
Um grande abraço em todos.
Ronaldão.

Dia 14/01 - Torres del Paine à Puerto San Julian

Antes de inicia o relato de hoje, peço desculpas por não estarmos postando a quantidade de fotos merecidas, mas não estamos tendo condições de tempo/internet para fazê-lo.


Ontem falei que nosso hotel era um tanto "rústico"... Aqui vai uma breve explicação: ao chegarmos, vimos que o hotel era pequeno, no estilo pousada. Entramos, fizemos o check-in e fomos levados ao nosso quarto, quádruplo, contendo dois beliches. Tentamos comer algo, mas o restaurante estava fechado e somente abriria às 19h, para o jantar. Aproveitamos o tempo e demos mais um giro no belo parque nacional. Ao voltarmos, descobrimos que o hotel estava sem energia, e que a mesma somente seria ligada às 19h... Jantamos, e fomos ao "apartamento", mas nem todos tomaram banho, tendo em vista a falta de água quente, assim como de calefação (a temperatura era de mais ou menos 10 graus). Fui ao lobby, tentar acessar a internet, mas sem sucesso. Ao voltar ao quarto, deitei-me e, tchan tchan tchan tchan, a energia foi desligada novamente. A noite foi um pouco atribulada e Emiliane deu trabalho para dormir. Já pela manhã, tomamos café e viemos à Puerto San Julian.


Ainda com todas as atribulações do hotel, valeu muito a pena. O parque é de uma beleza inacreditável e as experiências que tivemos lá, dificilmente serão esquecidas ou superadas.


O dia de hoje foi bastante tranquilo, as aduanas foram feitas rapidamente e, aqui estamos em Puerto San Julian, em um hotel bem legal, chamado Hotel Miramar.


Uma curiosidade sobre o dia de hoje: presenciamos uma chuva de granizo... Foi um misto de sensações, uma vez que ficamos admirados com mais uma novidade, mas bastante apreensivos com o que poderia acontecer ao carro, que estava estacionado na rua. Tudo ok, fica somente o susto e a admiração.


Alessandro

Dia 13/01 - Torres del Paine

Ao darmos adeus à El Calafate, indo em direção à Torres del Paine, papai lembrou de uma frase que leu na net sobre a Patagônia: "Terra de Superlativos...". Acho que é a melhor definição para a região onde nos encontramos. Aqui, tudo é demais: bonito demais, frio demais, longe demais, deserto demais. Tivemos oportunidade de rodar, quase 200km sem encontrar nenhum posto de combustível ou, nem mesmo casas residenciais. Enfrentamos, em 24h variações térmicas de 31 graus (à tarde, em Puerto Pirâmides, o termômetro marcava 37 graus. Na nossa chegada à Puerto San Julian, na noite seguinte, o mesmo termômetro mostrava 6 graus!!!). Passamos por cidades que cabiam em uma foto 10x15... Enfim, tudo aqui é demais.

Chegamos à Torres del Paine por volta das 14h, pegamos o mapa do parque e logo começamos a conhecê-lo. As estradas são todas de rípio, com muitos buracos e, em alguns trechos, super estreitas. Aqui é um lugar de aventureiros, o parque recebe visitantes de todo o mundo, o que pode ser provado pela grande quantidade de linguas diferentes que escutamos no hotel onde estamos.Justificar

Aqui a natureza caprichou novamente, colocando, em um só lugar regiões com neve/gelo, vegatação rasteira e áreas desérticas. Dentro do parque existe uma cadeia de montanhas de várias cores diferentes, que mudam conforme a incidência dos raios do sol. Infelizmente, o dia estava um pouco encoberto e não presenciamos tudo o que gostaríamos. Duas coisas continuam me chamando atenção: como anoitece tarde por aqui. São 22h20 e ainda existe claridade do sol. A segunda coisa é a força do vento, que, em algumas oportunidades exige que nos esforcemos para manter a posição vertical.

Nosso hotel é um pouco "rústico", mas será o lugar do nosso merecido descanso. Amanhã, rumaremos para Puerto San Julian novamente.

Alessandro

Dia 12/01 - El Calafate

O dia de hoje foi reservado para a tão falada navegação no Lago Argentino, onde estão localizados vários glaciares. O passeio é chamado Navegação por Todos os Glaciares, e visita os glaciares mais importantes da região, utilizando grandes catamarãs com capacidade para mais de duzentas pessoas. São 8 horas passando por paisagens indescritíveis, presenciando o "nascimento" de icebergs, navegando entre grandes blocos de gelo e, em algumas vezes, tirando-os do nosso caminho. Saímos de Puerto Bandera às 09h, visitamos o primeiro glaciar e rumamos à Baía Onelli, onde desembarcaríamos. Infelizmente, não foi possível o desembarque, uma vez que a baía estava bloqueada por uma grande quantidade de gelo... assim, como forma de compensar a falta de um dos glaciares, fomos ao Perito Moreno. Mesmo sendo o segundo dia no mesmo lugar, valeu muito a pena, pois sua beleza é estonteante. Lá, vemos a pequenez do homem em relação às forças da natureza, presenciamos cenas tão maravilhosas que, por mais que escreva, não será possível demonstrar as coisas que ficaram em nossa cabeça... então, digo novamente: é absurdamente lindo.

Tenho certeza que, depois dessa viagem, duas coisas serão dificilmente superadas: a sensação de deslumbramento diante de coisas tão belas, em tão curto espaço de tempo, e, o frio que passamos... Na navegação, o vento é bastante forte, o que deixa a coisa ainda mais complicada. Parece que o frio vem de dentro para fora, diminuindo a sensibilidade dos dedos e dando uns calafrios esquisitos. Mesmo com toda a roupa, é bastante difícil passar mais de 10 minutos na parte externa do barco.

À noite, jantamos maravilhosamente bem, em uma pizzaria chamada La Lechuza. Recomendamos bastante àqueles que visitarem a cidade.

Aqui, estamos tendo uma experiência até então desconhecida para nós: nas outras viagens, sempre que saíamos das cidades, imaginávamos que aquilo que não deu tempo fazer, poderia ser feito em uma próxima oportunidade. Aqui, estamos passando por cidades pelas quais, possivelmente, não voltaremos mais. É um sentimento bastante diferente e até nostálgico para nós...

Alessandro

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dia 11/01 - El Calafate

Impressionante... É a única palavra que encontro para definir o que vimos hoje. El Calafate é conhecida como a capital Argentina dos GlacJustificariares, e o maior glaciar daqui é o Perito Moreno, um dos maiores do planeta e único até pouco tempo, que estava em crescimento, mesmo em épocas de aquecimento global.

Nosso programa de hoje foi aproveitar a magnífica visão do glaciar, sendo testemunhas de um dos maiores expetáculos da natureza local. A chegada ao parque já impressiona, seja pela beleza dos bosques, ou pelo preço da entrada... Após 32km de curvas bastante fechadas, deparamo-nos com a parede de gelo. É uma visão indescritível. Por mais que tenhamos lido a respeito, e visto as fotos pela internet, não se pode ter idéia da imensidão de gelo sem ter estado lá. São paredes de gelo de mais de 70 metros de altura, que se estendem por quase 5km dentro do lago. De vez em quando, escuta-se um barulho de alguma coisa rachando, logo seguido de outro grande estrondo. Foi mais um pedaço de gelo que partiu-se e caiu na água. É realmente de tirar o fôlego.





À noite, jantamos em uma bela tratoria, e ao sairmos, Emiliane adotou um cachorro... Explico: saímos do restaurante, fomos à uma sorveteria e, na saída da sorveteria, havia um cachorro na porta. Vimos o animal, achamos seus olhos bonitos, e fomos surpreendidos com o totó nos seguindo, por três quadras, até o nosso carro, acompanhando Emiliane... Demos boas risadas com o ocorrido e voltamos para nossa confortável cabana no hotel Solares del Sur. Amanhã, faremos a navegação pelo lago Roca, e conheceremos mais glaciares.

Alessandro

domingo, 11 de janeiro de 2009

Dias 09 e 10/01 - Ushuaia e Ida à El Calafate

Novamente vou fazer o relato de dois dias juntos, pois não estamos conseguindo acesso à internet como gostaríamos. Na sexta-feira, visitamos o museu náutico, o antigo presídio e fizemos o passeio pelo canal Beagle, um canal que localiza-se em frente à cidade de Ushuaia. Não esperávamos muita coisa da visita ao presídio, mas nossa expectativas foram bastante superadas. A visitação é bastante legal, com muitas informações históricas sobre a época em que o presídio estava ativo. Para lá eram enviados os presos mais perigosos da Argentina, que viviam e condições bem "difíceis". Ele somente foi fechado em 1947, e posteriormente tranformou-se em museu. A navegação do canal foi maravilhosa... Visitamos três ilhas e entramos com contato com algumas espécies de animais, quais sejam: lobos marinhos, cormorones e várias aves. Conhecemos ainda, o farol do canal. Daí, partimos para o último jantar no fim do mundo... O que é bom dura pouco né?

Quando decidimos vir à Argentina, várias pessoas diziam que os preços eram bem inferiores aos praticados no Brasil, e que nos sentiríamos "ricos"... Não estamos observando isso por aqui. Estamos, sim, achando os preços bastante altos, especialmente os passeios turísticos e as bebidas. Por exemplo: uma coca-cola não custa mesnos que $6, algo em torno de R$4,20.

Hoje saímos de Ushuaia por volta das 7hrs, com destino à Rio Gallegos, e com possível extensão à El Calafate. Tínhamos duas coisas que poderiam atrasar a viagem: a primeira eram as quatro aduanas, e a segunda a travessia do Estreito de Magalhães. No estreito, correu tudo bem e rápido. Ficamos até surpresos com nossa sorte, uma vez que a balsa já estava atracada quando chegamos. Já quando o assunto foi a passagem das aduanas, a figura muda completamente. Perdemos em média 1 hora em cada uma delas. É impressionante a falta de organização e a dificuldade que nós, mesmo membros do mercosul enfrentamos para sair de um país e entrar no outro...

Quanto à estrada, fomos novamente castigados pelos ventos. Mesmo estando acostumados, ainda tomamos alguns sustos. Chegamos à El Calafate às 23hrs, bastante cansados, mas muito contentes por termos conseguido "ganhar" mais um dia aqui, uma vez que só esperávamos chegar aqui amanhã.

Uma coisa nos impressiona aqui: a confiança que as pessoas tem nas outras, explico: em mais de uma cidade, onde alugamos cabana, saímos antes da abertura da recepção. Assim, éramos orientados a "deixar a chave na cabana", ou "botar por baixo da porta da recepção"; já no ferry-boat do estreito de Magalhães, o procedimento é o seguinte: fila para embarque, embarque do carro, pagamento da travessia e desembarque. Em nenhum momento é pedido ou apresentado o comprovante de pagamento... Ficamos tristes ao imaginar que tal situação não pode ser repetida em nosso país.

Agora, a cama nos espera. Amanhã mandamos mais notícias.
Pedimos desculpar por não estarmos postando as fotos, mas a qualidade das conexões que estamos conseguindo não está permitindo.

Alessandro

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fotos diversas



Aí vão algumas fotos da viagem:

Pinguins na Península Valdés


Nossa "cabana" em Puerto Pirâmides


Passeio no Canal de Beagle

Depois do Assalto...


Novamente...



Mainha, fazendo um estilo mais "radical"


A foto que não poderia faltar:



É gelo de verdade mesmo!!!



A cabana de Ushuaia:



Chegando em Ushuaia, o km 3000 da Ruta 3:


Emiliane muito fashion...



Esperamos poder postar mais fotos brevemente.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Dia 08/01 - Ushuaia

No dia de hoje, começamos a conhecer as belezas que fazem de Ushuaia um ponto de confluência de turistas de todo o mundo. Começamos pelo Glarciar Martial, uma montanha que tem pontos de gelo eterno. Mesmo no verão, existem vários lugares onde pode-se brincar com o gelo. A visita inicia-se por uma subida de 15min em um teleférico, que nos leva à primeira estação de trilhas. A partir daí, as pernas são os meios de transporte e a subida é dividida em duas partes: na primeira, o terreno, embora acidentado, pode ser considerado quase plano; na segunda parte, o nível de dificuldade aumenta absurdamente. O terreno fica bastante íngrime e, segundo os funcionários do parque, em alguns trechos, a inclinação chega a ser de 40 graus. Fizemos todo o primeiro trecho e somente eu tentei fazer a segunda parte. De forma bastante ofegante, consegui ir até a metade da segunda parte, mas não houve tempo para continuar a subida, uma vez que tínhamos que ir ao Parque Nacional da Terra do Fogo ainda hoje... A visão do glaciar é tão linda quanto diferente para nós. São trechos de bosques densos, cercados por blocos de gelo e neve. Lá de cima, a visão da cidade de Ushuaia é muito legal, e a temperatura, embora estivesse próxima dos 3 graus, é suportável até o momento em que começa o vento. Com a presença do vento, as mão ficam geladas mesmo com a preciosa ajuda das luvas. Aqui, fazemos uma homenagem à mainha, que aguentou a subida sem reclamar, mesmo não estando bem preparada fisicamente.

Depois que saímos do glaciar, rumamos para o Parque Nacional da Terra do Fogo, onde fomos até a placa que confirma que viemos até o fim do mundo. Aquela placa, tão conhecida por nós através de sites de outros viajantes, foi conquistada. O parque nacional é recheado de belezas naturais e vale a pena ser visto. Passamos pelo menos duas horas dentro do parque tirando inúmeras fotos e nos deliciando com a natureza local.



Daí, fomos comer o tão falado cordeiro patagônico, no restaurante Arco Íris. Realmente, ele merece a fama que tem. A carne é macia e bastante gostosa. Como o dia foi muito duro, voltamos para o hotel mais cedo, e nos contentamos com "apenas" 13hrs de atividades por hoje. Amanhã, faremos a navegação pelo Canal Beagle. O frio nos espera novamente.

Alessandro

Dias 06/01 e 07/01

Saímos de Puerto San Julian logo no início da manhã, com destino à Rio Grande. Sabíamos que o dia seria bastante longo, pois teríamos pela frente 750km muito divertidos. Explico: no trajeto, teríamos que cruzar quatro aduanas (saindo da Argentina, entrando no Chile, saindo do Chile e voltando para a Argentina), além da travessia do estreito de Magalhães (de ferry boat, obviamente). 

Durante todo o dia, os ventos foram constantes e fortes. Chega a ser impressionante o quanto uma rajada de vento atrapalha na condução do carro. Tivemos que baixar a velocidade na maior parte do dia, e ainda tivemos alguns sustos, onde ventos mais "insistentes" insistiam em fazer-nos conhecer o acostamento das estradas. A viagem seguia bem e, por volta das 12h, chegamos à Rio Gallegos, uma cidade bastante desenvolvida em comparação com o que se vê na região. Daí, logo chegamos à aduana de saída da Argentina. Ao descermos do carro, o vento estava absurdo, ao ponto de tornar-se difícil de andar. Feitos todos os trâmites, fomos à entrada do Chile, também superada sem problemas. Fica registrada a cara de preocupação e de desconforto de mainha na passagem pelas aduanas. Parecia que ela estava com alguma coisa proibida na mala... Rumamos para o estreiro de Magalhães e conseguimos atravessar na primeira balsa disponível. A travessia é muito rápida, mal dá tempo de pagar as tarifas e tirar algumas fotos. Depois do estreito, entramos no tão esperado trecho de rípio, composto por pedras maiores que aquelas encontradas em Puerto Pirâmides. Além das pedras, a estrada tinha alguns buracos, era movimentada e, em algumas partes, bastante estreita. Em resumo: duas horas de alguma tensão.

Após o rípio, fizemos as aduanas novamente e voltamos à Argentina. Daí rumamos à Rio Grande, onde planejávamos dormir. Não tínhamos reservas, e achávamos que encontraríamos hotel com certa facilidade, mas ocorreu exatamente o oposto. Só encontramos vaga em um hotel, por preços absurdos... Já eram quase 21h e estávamos sem lugar para dormir. Após algumas ligações, conseguimos um hotel em Ushuaia, e, na falta de outra opção, voltamos à estrada. Durante o percurso até Ushuaia, encontramos no mapa uma cidadezinha, localizada 100km antes de nosso destino e resolvemos tentar um hotel por lá... Tivemos uma grata surpresa ao chegarmos à Hosteria Kaiken, localizada às margens do Lago Fagnano, um dos pontos turísticos da região. Não só encontramos vaga, mas em um hotel maravilhoso, otimamente localizado, e como se não bastasse, mais barato que o de Ushuaia. Jantamos maravilhosamente bem, e vimos que nossa preocupação pela falta de hotel em Rio Grande, transformou-se em grande conforto na hosteria que ficamos. Rodamos durante 15hrs durante o dia, mas tivemos nosso merecido descanso.

Na manhã do dia 07, começamos o último trecho antes do Fim do Mundo. Eram apenas 100km, repletos de expectativas, e de raras belezas naturais. Paramos inúmeras vezes para fotos e para apreciar o ambiente e, quase duas horas após a saída, vimos a placa: Bem Vindo à Ushuaia. A sensação foi de vitória, de sonho realizado. Finalmente, tanto tempo de leitura e planejamento foi coroado com a tão esperada chegada. Entramos na cidade, e fomos ao hotel Aldeia Nevada, onde tínhamos reservado uma cabana. Feito o check-in, fomos à famosa Av. San Martin, onde almoçamos, fizemos câmbio, batemos muita perna e, como ninguém é de ferro, jantamos. A cidade é bastante charmosa, com pessoas de todo o mundo chegando nos mais diversos meios de transporte e falando várias línguas diferentes. Além do frio (quando chegamos, o termômetro marcava 6 graus), o vento é impetuoso e ajuda a adormercer as pontas dos dedos de nordestinos que não usam a roupa adequada.

Amanhã, iremos começar a fazer os passeios que a cidade oferece. Com certeza, vamos nos deliciar ainda mais. Fica nosso agradecimento à Deus, por permitir que conheçamos coisas tão absurdamente lindas.

Alessandro

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Dia 05-01-09 - De Puerto Pirâmides à Puerto San Julian

Ufa! É tudo o que posso dizer sobre o dia de hoje. Saímos de Puerto Pirâmides por volta das 08h e chegamos ao nosso destino, Puerto San Julian, às 19h. O trecho de hoje teve períodos menos monótonos, pois em alguns momentos, vimos curvas em sequência, coisa que não acontecia desde Buenos Aires. O vento continua castigando bastante, jogando o carro de um lado para o outro, e nos fazendo conduzir "na ponta dos dedos".

No início do percurso de hoje, cruzamos a cidade Puerto Madryn, onde encontramos a caravana do rally Dakar dando a largada do dia. Íamos entrar na cidade para tentar fazer câmbio, mas por conta do trânsito, ocasionado pelo rally, desistimos.

Hoje começamos a sentir o frio que nos espera em Ushuaia. Após rodarmos uns 300km, paramos num posto de gasolina, e, ao descermos, parecia que haviam aberto uma geladeira lá perto. O vento era absurdamente forte e bastante frio. Depois de 1006km, isso mesmo, 1006 novamente, chegamos ao destino do dia. Puerto San Julian é uma cidade pequena, mas muito bonita, com ruas largas super limpas.

Para contrapor a experiência passada em Puerto Pirâmides, estamos em um hotel bem legal e comfortável, chamado Hotel Bahia. Achamos que merecemos esse "luxo" depois de tudo o que passamos. À noite, fomos dar uma volta na cidade e ficamos surpresos com o frio. O termômetro do carro chegou a marcar 10 graus. O pior era o vento, que deixava a ponta dos nossos dedos dormentes.

Novamente, estou escrevendo o relato no bloco de notas e aguradando um dia que possa me conectar à um wi-fi de qualidade. Amanhã, iremos atravessar o Estreito de Magalhães e fazer duas aduanas. Esperamos mais frio.

Alessandro

Dia 04-01-09 - Conhecendo a Península Valdés

O dia de hoje foi dedicado à conhecer a bela Península Valdes. A Península está localizada após a cidade onde estamos hospedados, e só pode ser acessada através de estradas de rípio. O rípio é um tipo de cascalho grosso, misturado com uma terra fininha, semelhante à talco. Tal material é utilizado para a construção das estradas mais longínquas da Argentina. De forma semelhante à ruta 3, as estradas da Península são bastante retas e, embora não sejam pavimentadas, não existem muitos buracos com que se preocupar. Mesmo assim, o motorista deve estar sempre atento, porque o carro nem sempre atende aos comandos da direção em tempo.

Inicialmente, fomos à Punta Norte, onde se localiza outra loberia. Diferentemente daquela que vimos ontem, esta tinha uma grande quantidade de animais, e conseguimos vê-los mais de perto. Em seguida, fomos à uma pinguineira, em Caleta Valdes. Lá, vimos muitos pinguíns em seu estado selvagem. O local de observação assemelha-se à uma subida muito íngrime, quase uma falésia, e os pinguins sobem e ficam à pouco mais de 1 metro dos turistas. É uma visão muito louca: um sol de rachar, um vento GELADO, e uma enormidade de pinguins, no meio dessa confusão de extremos.

Rodamos no dia de hoje, apenas 230km, mas as baixas velocidades impostas pelo rípio, e as constantes paradas para fotos, fizeram com que todo o dia fosse consumido. Amanhã, sairemos o mais cedo possível e encararemos outro dia pesado, onde percorreremos algo em torno de 1000km.

Esperamos ter um dia de temperaturas mais amenas. Nossas gargantas não estão conseguindo lidar com 33 graus pela manhã e 18 graus à noite, sem falar dos fortes ventos.

Alessandro

Dia 03-01-09 - De Viedma à Puerto Pirâmides

O trajeto de hoje foi menor que o de ontem. Rodamos 533km na ruta 3. Saímos de Viedma às 09h e chegamos às 15hs em Puerto Pirâmides. A cidade, se é que podemos chamá-la assim, é minúscula e absurdamente cheia de turistas. A região é muito árida, quase desértica. Às vezes, custa-se a acreditar que estamos no litoral. No trajeto de ontem, chegamos a pegar pedaços da estrada com muita areia, que  aliada aos fortes ventos, resultava em uma "nuvem" de areia, que em alguns lugares, chegava a reduzir a visibilidade. Uma coisa na ruta 3 impressiona: a quantidade e extensão das retas. Elas são intermináveis, o que permite abusar um pouco da velocidade. Tal velocidade, faz com que os outros carros se cruzem mais rápido que no Brasil, fato que nos leva a ter ainda mais cuidado nas ultrapassagens. Outra coisa que espanta é a distância entre um ponto habitado e outro. Percorremos mais de 160km sem ver um posto de combustível...

Os hotéis estão em sua capacidade máxima e tem uma estrutura bastante "espartana". Ao chegarmos à cidade, fomos ao balcão de informações ao turista descobrir o endereço do nosso hotel. A responsável pelo serviço nos informou quais eram os bons hotéis da cidade e, tivemos uma surpresa ao vermos que o "melhor" hotel daqui deveria estar classificado entre um dos "mais simples" aí do Brasil. Certamente de albergue para baixo. Diminuímos ainda mais nossa expectativa quanto ao nosso local de descanço... Um pouco mais à frente, vi algumas cabanas juntas e brinquei: papai, olha lá o nosso hotel. Estava realmente brincando, mas devia ter ficado calado pois qual não foi minha surpresa ao ler, na placa em frente às "cabanas": Lanubel del Angel... O nome era exatamente o que constava na nossa confirmação de reserva. Olhamos uns para os outros e, por um momento, discutimos a possibilidade de nem entrar, mas a lotação das praias e dos demais hotéis, nos trouxe à realidade. Era aquele ou nada. Tomamos coragem, descemos e nos encaminhamos à recepção. Colado na porta da sala lía-se: fui almoçar, volto logo... Decidimos ir embora e procurar outra opção, mas a proprietária do hotel chegou e nos entregou o apartamento (que agora ganha um nome mais respeitoso). Bagagens desembarcadas e passado o choque inicial, fomos almoçar e de lá fomos à uma loberia, apreciar a bela visão de leões/lobos marinhos em seu estado selvagem. Os bichos são muito bonitos e fazem um barulhão.

Enfim, o lugar é rústico, mas extremamente bonito. Amanhã iremos conhecer toda a península e ver, além dos animais já citados, pinguins e elefantes marinhos. Embora seja praia de águas extremamente frias, a impressão é de que existe um sol para cada um de nós. É absurdo como o sol é forte por aqui.

São 21h45 e posso ver, pela fresta da janela, o último raio do sol de hoje. Que loucura...

Alessandro

Dia 02-01-09 - Buenos Aires à Viedma

Hoje o dia foi bastante cansativo. Acordamos às 6h30, e tomamos café em seguida. O café da manhã daqui é bastante diferente daqueles que estamos acostumados aí no Brasil. Em primeiro lugar, a quantidade de opções é bastante limitada. Além disto, eles servem muitos pães, a maioria deles, sem gosto de nada. Após o café, fomos buscar o carro e começamos a rumar ao Sul.
A saída de Buenos Aires foi bastante tranquila, com o GPS fazendo sua parte muito bem. Alguns quilômetros depois, pegamos a Ruta 3, a partir do seu início. Iremos rodar na mesma ruta até seu final, em Baía Lapataia, Ushuaia. No começo do trajeto, perdemos bastante tempo enquanto procurávamos um kit de primeiros socorros e um cambão (coisas exigidas pela lei argentina para a circulação no país).
Compradas as coisas, nos entregamos à estrada. A velocidade máxima permitida variava entre 80 e 110km/h, mas logo no início da Ruta, um grupo de quatro carros, todos com placas argentinas, passou por nós, andando bem mais rápido que o permitido... Pensamos: Se eles estão andando assim, é porque conhecem. Resultado: Acompanhamos o grupo durante um bom tempo e, com isso, nos sentimos mais livre para dirigir um "pouco" mais rápido (a velocidade máxima marcada no GPS foi 162km/h. Já no hodômetro, chegamos perto de 170!!!), fato que nos possibilitou recuperar o tempo perdido durante a manhã.
Às 20h40, ou seja, 12 horas e 1006km após a saída, entramos em Viedma, uma pequena cidade da Província de Rio Negro. Nos hospedamos no Hotel Austral e fomos jantar uma bela pizza.
Agora, cama e sono, pois amanhã tem mais.
Alessandro

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dias 31/12 e 01/01 - Equipe 2

Olá pessoal,

hoje iremos comentar os dias de hoje e de ontem, uma vez que não conseguimos postar nada ontem. Então, vamos lá.
Ontem a equipe 1 saiu de Colonia del Sacramento, com destino à Buenos Aires, onde chegou por volta das 12h e rumou para o hotel.

Nós, da equipe 2, saímos de João Pessoa às 4hs da manhã. Nosso vôo, com escala em Recife e conexão em São Paulo, foi bastante tranquilo. Confesso que quando perguntei à atendente da TAM se "os vôos estavam no horário" e ela respondeu que sim, fiquei um pouco desconfiado. Tudo em vão, pois tudo correu dentro do horário. Para fazer os check-ins, tivemos um pouco de dificuldade, uma vez que a minha passagem (trecho entre São Paulo e Buenos Aires) não era localizada no sistema da TAM. Tal "imprevisto" somente foi resolvido em Guarulhos, após uma hora de vai-e-vem entre os guichês da TAM e da LAN (Linhas Aereas Argentinas).



Às 14h45, depois de termos passado no Free Shop, começamos a parte "internacional" da viagem. A aeronave era bastante legal e, após duas horas e meia chegamos à Buenos Aires. Passamos pela aduana, fizemos câmbio e arrumamos um táxi para o hotel. Antes de falar sobre nossa chegada ao hotel, vou fazer uma obseervação sobre o câmbio: Li em vários relatos que não cambiasse no aeroporto, mas ao chegar, nos dirigimos ao Banco de La Nacion Argentina e conseguimos cotações bastante boas. Não se deve cambiar no salão de desembarque internacional, pois lá as cotações são muito ruins. Chegamos ao hotel (Suites Catalinas) e tivemos uma surpresa: o elevador!!!(olha ele aí ao lado) Eu nunca tinha andado em um elevador tão antigo assim, mas ele até que funciona. O Hotel é bem legal, um pouco antigo, mas de um conforto convidativo para quem já não dormia há quase 36 horas. Chegamos e matamos as saudades de papai e mainha. Conversamos bastante, tomamos aquele banho e voltamos para comemorar nosso reveillon. 

A virada do ano foi um caso a parte: não conseguimos reserva nos restaurantes do Puerto Madero e, além disso, estávamos sem carro. Explico: o hotel não tem estacionamento, então papai deixou o carro num estacionamento particular, que estava fechado à noite. Resultado: fizemos nossa própria festa da virada: Regada à queijos, vinho e espumante. Às 2h, e após 42 horas sem dormir, demos o braço à torcer e nos entregamos à cama. Foi um sono reparador e bastante esperado.



Acordamos, tomamos café e, ainda sem carro, fomos conhecer a cidade. Andamos pela rua Florida, fomos até a Plaza de Mayo, e lá visitamos a Catedral. Fotos da Casa Rosada tiradas, pegamos o metrô até a Plaza Itália. Lá fizemos a visita à estrutura do Rally Dakar, que esta ano acontecerá entre Argentina e Chile e não mais na África. A mudança de continente deveu-se aos problemas de segurança enfrentados pelo Rally na Mauritânia nos últimos anos. Nunca achei que fosse ter a oportunidade de conhecer um rally tão grande. Aqui vai um recado para Emerson (Dorí): consegui 20% de desconto quando fui comprar uma coca-cola em uma MÁQUINA. Isso mesmo, numa MÁQUINA. Acho que vou oferecer meus esforços para resolver a crise mundial...

Ao final da tarde, já estávamos todos com fome e tomamos o metrô de volta. Fomos ao Puerto Madero e os restaurantes ainda estavam abrindo. Lá, tomei o que foi, até agora, o melhor sorvete de toda a minha vida, na sorveteria Freddo. O sabor é indescritível, só tomando para entender. Infelizmente, somente eu pude me fartar na sorveteria, pois papai, mainha e Emiliane não estão 100% da garganta. Isto fez com que os três ficassem olhando para mim e para meu sorvete com umas caras sinistras... A temperatura está bastante agradável mas, quando o vento aumenta, a sensação térmica baixa um pouco, resultado: Todos estávamos com frio. Mainha se escondia toda vez que o vento ameaçava chegar. Imaginem como vai ser nos próximos dias. Chegamos ao restaurante "La Cabaleriza" e conhecemos o famoso "Bife de Chorizo". Realmente ele merece a fama que tem, pois a carne é maravilhosa...

Uma coisa ainda me espanta: o sol aqui só se põe às 21h. Meu relógio "interno" tá uma loucura!!!

Amanhã rumaremos até Viedma. Vai ser um dia bastante longo e possivelmente mais frio pois estamos indo cada vez mais ao sul. Logo logo mandaremos mais notícias. Beijos à todos e obrigado pelas mensagens de apoio que estamos recebendo de todo o mundo! Agora, vou dormir. São 12h45 da noite e escrevo da cama do hotel.